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Saiba quais são os suplementos para o climatério mais indicados por médicas especializadas na área

Aprenda sobre os principais suplementos que podem ajudar a combater sintomas como fadiga, alterações de humor e perda de memória

Vanessa Kopersz* Publicado em 11/12/2025, às 06h00

mão segura diversos comprimidos
Diversos produtos e suplementos prometem “curar” a menopausa, mas a ciência mostra que devemos oferecer ao corpo apenas o que ele precisa. - Foto: Canva Pro

Uma pesquisa revela que 67% das mulheres na menopausa realizam check-ups anuais e muitas recorrem a suplementos e vitaminas para lidar com os sintomas dessa fase, refletindo uma crescente preocupação com a saúde durante o climatério.

O mercado de terapias não-hormonais, incluindo suplementos, está em expansão, com projeções de crescimento significativo nos próximos anos, enquanto a terapia hormonal também continua a ser uma opção popular.

Especialistas recomendam uma abordagem integrativa que combina terapia hormonal e suplementação, destacando a importância de vitaminas e minerais para otimizar a saúde e o bem-estar das mulheres na menopausa, além de alertar sobre a necessidade de adquirir suplementos de fontes confiáveis.

Resumo gerado por IA

Nem me atrevo a fazer as contas para saber quanto gasto em suplementos que possam me ajudar no climatério. Cada mês testo um novo, na esperança de que resolvam os inúmeros problemas advindos dessa fase tão desafiadora.

Segundo pesquisa do Data8, 67% de mulheres na menopausa fazem check-up médico uma vez ao ano, 46% tomam vitaminas e minerais, 39% ingerem medicamentos por conta própria, 15% usam suplementos específicos para os desafios da idade e 12% adotam soluções e cosméticos para incentivar o crescimento capilar - já que a queda de fios é um dos sintomas dessa fase.

Ainda de acordo com o Market Research Future, empresa global de pesquisa de mercado, uma das tendências que mais cresce no mercado do climatério é a busca por terapias não-hormonais. Enquanto a terapia hormonal está projetada para crescer de US$ 7 bilhões em 2024 para US$ 10,8 bilhões até 2035, as terapias não-hormonais estão projetadas para saltar de US$ 4,5 bilhões de dólares em 2024 para US$ 6,5 bilhões  – e isso inclui o mercado de suplementos.

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A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, marcada pelo fim da menstruação e pela queda dos hormônios ovarianos, especialmente o estrogênio. ‘’Mas, ao contrário do que se diz, não é o fim de nada. É uma transição que pode ser vivida com saúde, energia e clareza, desde que com informação e suporte de qualidade’’, afirma a Dra. Maysa Penteado Guimarães, clínica geral e nutróloga.

Nos últimos anos, uma avalanche de produtos e suplementos prometem “curar” a menopausa. Porém, a ciência mostra que menos é mais: o segredo está em oferecer ao corpo apenas o que ele precisa. Aqui estão alguns suplementos que a Dra. Maysa indica:

Vitamina D: o hormônio do sol

Fundamental para ossos fortes, músculos ativos e imunidade equilibrada.

Com o avanço da idade, a capacidade da pele de produzi-la diminui e a exposição solar nem sempre é suficiente. Por isso, muitas mulheres se beneficiam da suplementação, feita de forma personalizada e acompanhada por exames.

Mais do que prevenir osteoporose, manter bons níveis de vitamina D melhora disposição, humor e até qualidade do sono.

A dose 1.000–2.000 UI/dia é frequentemente necessária para manter a vitamina D entre 30–50 ng/mL, especialmente após os 50 anos.

Magnésio: para o equilíbrio do corpo e da mente

Participa de centenas de processos do organismo e no cérebro. Atua na contração muscular, na produção de energia, na regulação do sono e até no controle da ansiedade. É encontrado em vegetais verdes, castanhas e sementes, mas mesmo com uma boa alimentação, muitas mulheres têm níveis baixos.

A suplementação de magnésio pode melhorar a sensação de bem-estar, reduzir câimbras e auxiliar no relaxamento noturno.

Ômega-3: coração e mente protegidos

Durante a menopausa, o risco de doenças cardiovasculares aumenta, assim como as oscilações de humor. O ômega-3 - presente em peixes como salmão e sardinha - tem ação anti-inflamatória e protetora para o coração, o cérebro e as articulações.

Suplementá-lo de forma regular pode reduzir triglicérides, melhorar a concentração e até ajudar na estabilidade emocional.

Vitaminas do complexo B: energia e clareza mental

As vitaminas B12 e B9 (ácido fólico) são essenciais para o metabolismo, o equilíbrio hormonal e a saúde do sistema nervoso.

Com o passar dos anos, a absorção intestinal diminui, e a carência pode causar fadiga, perda de memória e irritabilidade.

Manter níveis adequados dessas vitaminas é simples e traz impacto direto na energia e no foco mental.

Coenzima Q10: energia celular e vitalidade

É uma substância natural que participa da produção de energia em todas as células do corpo.

Após os 40 anos, sua produção cai significativamente, e isso pode se refletir em cansaço, menor resistência física e até alterações na pele.

Suplementar CoQ10 (de preferência na forma ubiquinol) ajuda a melhorar a disposição, protege o coração e reduz o estresse oxidativo, contribuindo para uma aparência mais saudável e jovial.

Creatina: força, músculo e cérebro em ação

Conhecida do mundo esportivo, vem ganhando espaço entre mulheres maduras.

Durante a menopausa, a perda de massa muscular é comum - e com ela vêm a fraqueza, a fadiga e o metabolismo mais lento.

A creatina auxilia na preservação da força, melhora o desempenho físico e ainda oferece benefícios cognitivos, como mais clareza mental e melhor memória.

Seu uso diário em pequenas doses é seguro e eficaz, especialmente quando associado à prática regular de exercícios.

Já a Dra. Beatriz Tupinambá, ginecologista especializada em menopausa e saúde integrativa da mulher, afirma que ‘’a reposição hormonal trata as causas centrais da menopausa: a queda do estrogênio, da progesterona e, em alguns casos, da testosterona. Mas ela sozinha não corrige todos os desequilíbrios metabólicos, inflamatórios e nutricionais que acontecem nessa fase. Por isso, utilizo a suplementação como parte de uma abordagem integrativa e baseada em evidências’’.

E dá uma dica extremamente valiosa: ‘’Os hormônios precisam de cofatores para funcionar bem. Estrogênio, progesterona e testosterona só expressam seus benefícios quando o organismo tem vitamina D em níveis adequados, magnésio para síntese e metabolismo hormonal, vitaminas do complexo e Vitamina B para metilação’’. Ela ainda reforça que após os 40–50 anos, há queda natural de creatina, colágeno, vitamina D, zinco e antioxidantes essenciais. ‘’A suplementação corrige esses déficits, o que melhora energia, força muscular e composição corporal, sono e humor, reduz inflamação e protege o metabolismo’’.

E ainda completa: ‘’as vitaminas potencializam os resultados da reposição hormonal, já que quando bem ajustados, os suplementos otimizam a ação do estrogênio nos ossos e no cérebro, aumentam a ação da testosterona na força e libido, estabilizam humor e sono para que a progesterona funcione melhor e reduzem ondas de calor e sintomas vasomotores’’. Ou seja, a resposta ao tratamento hormonal fica mais estável, segura e potente. Porque cada mulher tem uma assinatura metabólica”. Em suas consultas, a Dra. Tupinambá  avalia a genética, a microbiota, o metabolismo, a composição corporal e histórico hormonal de cada paciente antes da consulta.

Essas são as vitaminas que a Dra. recomenda na suplementação:

  • Vitamina D3  + K2Mk7

Estudos genômicos mostram que a vitamina D regula entre 600 e 1.000 genes humanos, dependendo do tecido estudado.

Esses genes estão envolvidos em inflamação, imunidade, reparo de DNA, formação óssea, metabolismo, saúde cardiovascular, função muscular, humor e saúde cerebral

Na verdade, a vitamina D insuficiente altera a expressão gênica de forma tão profunda que é considerada um hormônio-chave da longevidade. Reduz o risco de osteopenia e osteoporose, muito comuns após a menopausa. Ajuda também a modular a inflamação crônica de baixo grau e apoia função muscular e imunidade, além de melhorar o  controle de estresse e cortisol. Também melhora noite de sono por aumentar a produção de melatonina.

Sobre a K2 MK-7:

Melhora da densidade mineral óssea; estudos mostram redução de perda óssea em mulheres pós-menopausa.

Diminui o risco cardiovascular, principal causa de morte em mulheres no pós-menopausa.

  • Probióticos (Bifidobacterium e Lactobacillus)

A microbiota muda com a menopausa, e isso afeta metabolismo, inflamação e até sintomas vasomotores, como ondas de calor.

Suplementos que fortalecem o microbioma vaginal e intestinal são parte essencial da saúde íntima e geral da mulher no climatério.

A flora vaginal é profundamente afetada pela queda hormonal, e o uso de probióticos pode prevenir infecções e melhorar o equilíbrio do pH local.

Essas ‘’bactérias do bem’’ melhoram a integridade intestinal, reduzindo inflamação sistêmica, também ajudam na saúde metabólica, na sensibilidade à insulina, frequentemente prejudicada após a menopausa. Além do que, podem ajudar na regulação do humor devido ao eixo intestino–cérebro e melhoram o metabolismo estrogênico.

  • NMN – Nicotinamida Mononucleotídeo

 Suplemento com potencial antienvelhecimento , precursor de NAD⁺, melhora função mitocondrial e níveis de energia. O NAD⁺ é uma molécula essencial para a produção de energia nas mitocôndrias, ativa as sirtuínas (proteínas que protegem o DNA e regulam o envelhecimento), melhora o reparo de danos genéticos, controla a inflamação além de ajudar no equilíbrio do metabolismo da glicose e lipídios.

Os níveis de NAD⁺ caem com a idade, e pioram com a menopausa. Outras fatores que diminuem o NAD⁺são o estresse, o sedentarismo, a insônia e a inflamação.

Há ainda outra via de suplementação, que são os Nootrópicos, também conhecidos como ‘’smart drugs’’ ou drogas da inteligência, substâncias (naturais ou sintéticas) com a capacidade de melhorar funções cognitivas como memória, concentração, aprendizado, foco e processamento mental. Esse termo foi cunhado em 1972 pelo cientista romeno Corneliu Giurgea, que definiu que um verdadeiro nootrópico deve:

  • Melhorar a memória e a capacidade de aprendizado
  • Proteger o cérebro contra danos físicos e químicos
  • Aumentar a eficácia dos mecanismos neurológicos
  • Ter baixa toxicidade e poucos efeitos colaterais

Segundo a Dra. Fabiane Berta, Médica e Pesquisadora em Saúde da Mulher na Menopausa e fundadora do ‘’Mypausa’’, ‘’para mulheres na menopausa, esses compostos surgem como aliados fundamentais no enfrentamento de um dos sintomas mais negligenciados dessa fase: o brain fog (névoa mental), acompanhado de dificuldade de concentração, lentidão de raciocínio, esquecimentos e fadiga mental’’.

Isto porque o estrogênio não é apenas um hormônio reprodutivo: é um modulador cerebral crítico. Receptores de estrogênio  estão presentes em áreas fundamentais do cérebro. Assim, 60-65% das mulheres na perimenopausa relatam dificuldades cognitivas, incluindo memória verbal prejudicada, velocidade de processamento lenta, dificuldade de concentração e alterações nas funções executivas.

Embora existam nootrópicos sintéticos, os mais indicados são as opções naturais, seguras e com respaldo científico para mulheres na transição menopausal:

  • EVA360 - Modulação Estrogênica Indireta

As shatavarinas são saponinas esteroidais com estrutura molecular única, que lhes confere características diferenciadas responsáveis pelas principais ações biológicas na saúde da mulher. Elas têm 40% de semelhança estrutural com o estradiol biológico, mesmo tratando-se de um fitoterápico.

EVA360 é uma padronização única e inovadora deste extrato que foi especialmente desenvolvida para:

  • Promover a longevidade ovariana
  • Postergar os sintomas da queda hormonal
  • Modular os efeitos do estresse crônico
  • ORMONELLE - Suplemento padronizado em Trigonelina e Heterosídeos Saponínicos.

É um nutracêutico extraído da casca da semente de feno-grego (Trigonella foenum-graecum) que funciona como um "dublê" dos  hormônios: seus compostos bioativos se ligam aos mesmos receptores que estrogênio e testosterona usariam, aumentando estradiol em até 120%, melhorando testosterona livre e progesterona. Com corpo de evidências robusto, garante eficácia, segurança e mecanismo de ação comprovados para alívio de sintomas vasomotores (fogachos, ondas de calor), psicológicos (irritabilidade, ansiedade, oscilações de humor), urogenitais (secura vaginal) e sexuais (baixa libido). No cérebro, clareia a névoa mental, reduz irritabilidade e melhora a função cognitiva por modulação estrogênica indireta.

  • BRAIN FACTOR 7 - Peptídeo da Seda aprovado pelo FDA

Extraído do casulo do bicho-da-seda, padronizado com mais de 80% de fibroína e aprovado pelo FDA,  funciona como um "desentupidor" para o cérebro: aumenta o fluxo sanguíneo cerebral, eleva a acetilcolina (o neurotransmissor que você usa para guardar informações e lembrar onde deixou as chaves) em 80%, ativa áreas cerebrais responsáveis pela memória, limpa radicais livres e protege contra danos cerebrais relacionados à idade.

  • CURQFEN - Curcumina com Tecnologia FenuMAT

CurQfen é a cúrcuma com alta biodisponibilidade, com absorção superior em 45% das comumente prescritas devido à tecnologia FenuMAT, que resolve o maior problema da cúrcuma comum: a baixa absorção (que literalmente sai pelas fezes). A tecnologia envolve a cúrcuma numa fibra especial que vira gel no estômago, protegendo e entregando o composto onde precisa, com absorção 45 vezes maior — e é a única cúrcuma capaz de atravessar a barreira hematoencefálica (o "segurança rígido" que protege o cérebro). Essa conexão do eixo intestino-cérebro-hormônios é fundamental: a fibra melhora a absorção intestinal, a cúrcuma chega ao cérebro e age como "extintor de incêndio" para inflamação cerebral, melhora memória de trabalho, limpa estresse oxidativo, aumenta foco e reduz ansiedade. Estudos com 60 pessoas estressadas mostraram menos ansiedade, menos cansaço e mais capacidade antioxidante em 30 dias, com segurança hepática comprovada em 90 dias.

Assim como a Dra. Beatriz, a Dra. Fabiane afirma que nem sempre a terapia hormonal isolada resolve tudo. Muitas pacientes continuam com fadiga mental que não passa, estresse crônico que consome energia e dificuldade de concentração mesmo com os hormônios ajustados. Ela concorda que ‘’a realidade das mulheres na menopausa é brutal: múltiplas jornadas como maternidade, trabalho, cuidados com a família, desafios físicos e mentais da transição hormonal, e uma carga mental invisível que nunca para. Os nootrópicos são aliadas fundamentais para equilibrar o terreno metabólico, porque nem tudo se resolve só com estrogênio’’.

Para mulheres que optam por não usar hormônios, essas substâncias são ainda mais valiosas: ajudam drasticamente com brain fog, irritabilidade, insônia, estresse e aquela reatividade emocional que você mesma não reconhece. E o melhor: por mimetizarem receptores hormonais (estrogênio e testosterona), em 20 dias já apresentam resultados clínicos excelentes.

Dica importante: não compre suplementos em qualquer lugar. Há uma grande onda de falsificações no país. Segundo a Dra. Maysa, ‘’a melhor opção é sempre perguntar ao médico quais são as marcas confiáveis ou locais seguros para a aquisição desses suplementos’’.

*Vanessa Kopersz é jornalista na luta por um climatério melhor - Menocausa

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