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Menopausa e saúde íntima: tecnologias inovadoras transformam o cuidado feminino

Novas terapias para menopausa e saúde íntima, com tecnologias inovadoras, devolvem às mulheres autoestima, bem-estar e qualidade de vida

Dra. Samantha Condé* Publicado em 21/10/2025, às 06h00

Flores simulam o formato do sistema reprodutivo feminino
Novas terapias com tecnologias surgiram nos últimos anos e representam um avanço no cuidado da saúde íntima feminina. - Foto: Canva Pro

A menopausa, embora natural, traz sintomas que afetam o bem-estar das mulheres, como secura vaginal e incontinência urinária, levando à busca por tratamentos inovadores, especialmente para aquelas que não podem usar hormônios devido ao risco de câncer de mama.

Novas terapias, como laser vaginal e radiofrequência, têm mostrado eficácia no tratamento de sintomas da menopausa, melhorando a saúde íntima e a qualidade de vida sexual das mulheres, além de promoverem a autoestima.

Esses procedimentos devem ser realizados por profissionais qualificados e com acompanhamento médico, especialmente em casos de histórico de câncer, garantindo a segurança e a eficácia dos tratamentos, que têm crescido significativamente no Brasil.

Resumo gerado por IA

A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, mas frequentemente acompanhada de sintomas que impactam o bem-estar físico, emocional e sexual. Entre os principais, destacam-se a secura vaginal, a perda de elasticidade dos tecidos, a incontinência urinária e as dificuldades na vida sexual.

A pesquisa médica tem avançado em tratamentos inovadores e minimamente invasivos especialmente para mulheres com risco ou histórico de câncer de mama e que não podem utilizar terapias com hormônios.

As novas terapias com tecnologias surgiram nos últimos anos com mais evidência científica e representam um avanço no cuidado da saúde íntima feminina. Hoje conseguimos oferecer alternativas seguras, eficazes e com recuperação rápida, que não apenas tratam sintomas da menopausa ou no pós-parto, mas devolvem às mulheres autoestima, bem-estar e qualidade de vida sexual.

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Essas abordagens modernas conhecidas como laser vaginal, radiofrequência ou aplicação de PRP (Plasma Rico em Plaquetas) surgem como alternativas à reposição hormonal local em alguns casos ou às intervenções cirúrgicas, mas suas indicações devem ser muito bem avaliadas, bem como o número de sessões objetivando resultados progressivos e comprovados. Na Unicamp, nos últimos cinco anos fizemos diversos trabalhos científicos com publicações e com interesse em evidências cientificas robustas.

Conheça os principais procedimentos íntimos genitais

Essas terapias também proporcionam benefícios significativos para a saúde sexual, como a diminuição da dor, principalmente durante a relação (dispareunia), o aumento da sensibilidade e da satisfação, além da recuperação da autoconfiança e da qualidade de vida íntima.

  • Laser vaginal: técnica com uma ponteira que emite uma luz no canal vaginal e que estimula a produção de colágeno e melhora a vascularização dos tecidos íntimos, e com isso melhorando muitos sintomas, como a incontinência urinária e ressecamento vaginal.
  • Radiofrequência e energias associadas: é um tipo de energia aplicada por uma ponteira microablativa ou não ablativa de ondas eletromagnéticas e promovem o mesmo princípio de aquecimento dos tecidos vaginais e remodelação tecidual estimulando a produção de componentes conhecidos como "heat shock proteins", com a proposta de melhorar a lubrificação natural e a firmeza da região.
  • Tratamento da incontinência urinária: tanto o laser quanto a radiofrequência têm mostrado resultados positivos na melhora dos sintomas de perda urinária aos esforços, reduzindo episódios de perda urinária em situações do dia a dia, como ao tossir, rir ou praticar atividades físicas.
  • Terapia com PRP (Plasma Rico em Plaquetas): utiliza o próprio plasma da paciente, rico em fatores de crescimento. Indicado para atrofia, dor e secura vaginal.

No entanto, mesmo terapias não hormonais devem ser acompanhadas por ginecologista especializado, com autorização do oncologista, em casos com histórico de câncer de mama.

Os profissionais devem ter a conscientização da classificação, desfechos e registros das complicações, que são pouco reportadas, ou muitas vezes também associadas a agentes de preenchimento como ácido hialurônico e injeções de PRP, ou uma combinação de tratamentos (lasers vaginais, radiofrequência ou ultrassom microfocado conhecidos como energias). 

O Brasil se tornou o segundo país em procedimentos íntimos genitais e, com isso, muitos procedimentos íntimos foram realizados e tiveram uma demanda muito grande na área funcional e estética. No entanto, é necessário que os procedimentos sejam sempre realizados dentro do rigor e da pesquisa científica para garantir a segurança da paciente - lembrando que todo procedimento não está livre de riscos.

*Dra. Samantha Condé é médica ginecologista, professora, PhD pela Unicamp, Presidente da Academia de Medicina do Rio de Janeiro e Coordenadora da pós-graduação em uroginecologia da IETECS.

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