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Quais os riscos da falta de vitamina D?

Entenda a importância da vitamina D e saiba quais são as orientações para o consumo adequado

Dra. Fabiana Terasaka * Publicado em 16/01/2023, às 06h00

Tomar sol é importante
Tomar sol é importante

A vitamina D, em sua forma ativa, é na verdade um hormônio. Sabe-se hoje, que muitas células do nosso organismo possuem receptores para vitamina D (VDR) e através disso, a vitamina D vai desempenhar suas múltiplas funções. Entre elas: aumenta a reabsorção cálcio e fósforo; melhora o aporte de cálcio para o osso; melhora da função imune; participa do processo de diferenciação e proliferação das células, entre outras. Sendo assim, a deficiência de vitamina D está relacionada ao risco de quedas e fraturas ósseas, fragilidade óssea, atraso no nascimento dos dentes em bebês, e pode levar a situações mais graves como o raquitismo em crianças e a osteomalácia em adultos.

Sintomas como fraqueza, cansaço, queda de cabelo, fraqueza muscular e dores ósseas não são específicas da deficiência de vitamina D, porém são sintomas relatados.

Como adquirir as fontes de vitamina D?

Existem 3 formas de adquirir vitamina D. A principal fonte de vitamina D vem da sua formação através da exposição solar. A segunda fonte vem dos alimentos como salmão (selvagem ou de criação), sardinha, cavala, atum, óleo de fígado de bacalhau, gema do ovo e cogumelos. E a terceira forma seria através da suplementação da vitamina D.

Como suplementar de forma correta?

Primeiramente, procurar ajuda de um médico para que, dependendo do nível de deficiência ou insuficiência, ele possa direcionar uma suplementação adequada.

A ingesta de alimentos, como os citados anteriormente, bem como a exposição solar de maneira adequada, pode auxiliar a elevar os níveis de vitamina D, no entanto, dependendo do valor será necessária a suplementação dessa vitamina por um médico. Atualmente temos disponível no mercado farmacêutico o colecalciferol (também conhecido por vitamina D3), o ergocalciferol (vitamina D2) e o calcifediol (que é um metabólito mais potente que os citados anteriormente).

Quanto tempo de exposição ao sol é recomendado?

O recomendado é que o indivíduo se exponha pelo menos 20 a 30 minutos, ao sol da manhã (antes das 10h) ou do final de tarde ( após as 16h. Mas é importante ressaltar que, os riscos aumentados de câncer de pele (principalmente em indivíduos de pele mais clara), devem ser levados em consideração.

Comparativo entre o Brasil e os países da Europa onde a falta de sol afeta diretamente na absorção da Vitamina D, causando nos países europeus um número maior de depressão.

Veja também

Sabe-se que o cérebro humano metaboliza a 25(OH)D em sua forma ativa, bem como também expressa o VDR.

Estudos evidenciaram associação entre deficiência de vitamina D e prevalência de depressão em torno de 8-14%, bem como aumento da prevalência de suicídios1.

Um outro estudo com população norueguesa, mostrou que níveis baixos de vitamina D foram associados à presença e à gravidade do transtorno depressivo. No entanto, mais estudos são necessários para elucidar se o tratamento da hipovitaminose D tem boa relação como parte de intervenções preventivas ou de tratamento da depressão2.

No Brasil, um estudo recente demonstrou que tanto a deficiência, como a insuficiência de vitamina D, mesmo em áreas de alta incidência solar, têm uma alta prevalência. Mas não há um estudo de associação entre a deficiência de vitamina D e depressão de nossa população.

Referências

  • 1- Li, G., Mbuagbaw, L., Samaan, Z., Falavigna, M., Zhang, S., Adachi, J. D., Cheng, J., Papaioannou, A., & Thabane, L. (2014). Efficacy of vitamin D supplementation in depression in adults: A systematic review. In Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism (Vol. 99, Issue 3, pp. 757–767). Endocrine Society. https://doi.org/10.1210/jc.2013-3450
  • 2- Milaneschi, Y., Hoogendijk, W., Lips, P., Heijboer, A. C., Schoevers, R., van Hemert, A. M., Beekman, A. T. F., Smit, J. H., & Penninx, B. W. J. H. (2014). The association between low vitamin D and depressive disorders. Molecular Psychiatry, 19(4), 444–451. https://doi.org/10.1038/mp.2013.36

*Dra. Fabiana Terasaka é endocrinologista e Gerente médica da Myralis