É importante abordarmos um tema delicado que afeta muitas pessoas: o suicídio
Fátima Macedo* Publicado em 17/02/2024, às 06h00
As empresas precisam estar preparadas para lidar com o suicídio e oferecer o apoio necessário aos colaboradores que enfrentam momentos tão difíceis.
Um levantamento realizado com 300 empresas, pela Mental Clean - Consultoria de Saúde Mental no Trabalho, mostrou que os índices de tentativa e ideação suicidas tiveram um aumento de 367% em 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de este ser um número preocupante, ele também indica que cada vez mais as pessoas têm buscado ajuda.
Esse aumento reforça a necessidade das empresas estarem equipadas para lidar com questões de saúde mental entre seus colaboradores. Durante a pandemia, observou-se um aumento nas ideações e tentativas de suicídio nos programas de saúde mental das empresas atendidas pela Mental Clean, uma tendência que persistiu em 2023.
A média de idade das pessoas atendidas foi de 31 anos, sendo 66% mulheres. Além dos registros, observou-se um aumento considerável também nos mapeamentos de saúde mental realizados pela Mental Clean, nos quais os dados variaram cerca de 2%, chegando a ter de 7% a 10% de respondentes referindo "ter tido ideia de acabar com a vida". Esses números acendem um alerta e pedem uma intervenção imediata.
A Mental Clean, através de seus serviços de consultoria empresarial, tem a marca de zero suicídio e zero feminicídio ao longo de sua história de atendimentos. Isso é possível, pois todas as pessoas que buscaram ajuda, foram encaminhadas ao Programa de Apoio Emocional, que conta com uma equipe de especialistas em resgatar o prazer de viver que existe dentro de cada um de nós.
Também quero destacar alguns pontos de atenção para este tema. Pessoas de todas as idades, inclusive crianças, podem fazer parte do grupo de risco quando estão em sofrimento emocional extremo. Isso pode estar relacionado a um quadro de transtorno mental ou mesmo a perdas importantes (como as de entes queridos ou emprego).
A sensação de ser um fardo, o desespero e a desesperança são sentimentos comuns a quem passa por esse tipo de situação. Uma atuação imediata de apoio e orientação não só para a pessoa, mas também para a empresa e os familiares, pode fazer a diferença.
Os sinais de alerta vão desde a mudança de comportamento mais explícita, com isolamento e falas sobre o desejo de morrer, até itens sutis, como a diminuição gradual do autocuidado.
* Fátima Macedo é psicóloga especialista em Saúde Mental no Trabalho, CEO da Mental Clean, empresa pioneira em Saúde Mental no Trabalho e Programas de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Membro do Conselho da Associação Brasileira de Qualidade de Vida no Trabalho, Membro do Conselho do Instituto Janeiro Branco e Coordenadora da Área de Pessoas do Grupo Mulheres do Brasil.