Mariana Kotscho
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Otites: confira o que você precisa saber sobre as infecções de ouvido em crianças

Otorrinolaringologista explica como funciona o tratamento clínico e indica formas de prevenção da otite

Redação Publicado em 31/07/2023, às 14h00

Casos de otite recorrente podem levar a complicações graves como a mastoidite e a meningite, além de levar a uma perda auditiva
Casos de otite recorrente podem levar a complicações graves como a mastoidite e a meningite, além de levar a uma perda auditiva

A infância é um período da vida marcado pelo registro de diversas enfermidades, como a otite média, por exemplo, doença que afeta os pequenos ao menos uma vez na vida. Porém, a otorrinolaringologista pediatra Dra. Viviane Martori Pandini alerta que, além de provocar dor e demais sensações de desconforto, a condição, quando não tratada adequadamente, também pode trazer complicações e colocar a audição em risco.

A otite média é uma inflamação do ouvido médio, localizado na porção atrás do tímpano, muito comum durante a primeira infância, período que vai desde a concepção do bebê até os 6 anos de idade. “Quando a criança apresenta quatro ou mais episódios de otite média aguda em um ano, chamamos de otite média recorrente. Esse quadro pode estar associado a outra condição, chamada otite média secretora que é um quadro de secreção parada nos ouvidos, de forma crônica, que favorece as infecções de repetição”, diz Dra. Viviane.

Dessa forma, a especialista alerta para a importância do tratamento e acompanhamento com especialista em otorrinolaringologia, especialmente nos casos de otite recorrente, já que a condição pode levar a complicações graves como a mastoidite e a meningite, além de levar a uma perda auditiva, que atrapalha os desenvolvimentos cognitivo e de linguagem das crianças.

“Entre os principais fatores de risco estão os pacientes com menos de dois anos de idade, principalmente os que frequentam escolinhas, o uso de chupetas e mamadeiras (especialmente quando tomam deitados), um sistema imunológico enfraquecido, histórico familiar da doença, crianças que nasceram prematuras, refluxo, resfriados e infecções das vias respiratórias superiores frequentes, entre outros”, diz Dra. Viviane.

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Já no que diz respeito aos tratamentos, Dra. Viviane explica que o objetivo é sempre aliviar a dor, o que pode ser feito por meio de compressa quente sobre a orelha afetada, medicação para dor, anti-inflamatórios, às vezes antibiótico, e um devido descanso para o corpo combater a infecção. “É importante pontuar que a administração dessa medicação depende de alguns fatores, como idade, presença de febre e prostração, bilateralidade, histórico de infecções de ouvido de repetição etc.”.

A especialista também comenta que os quadros de otites recorrentes podem requerer a realização de cirurgias, como a timpanotomia e a colocação de drenos. Procedimentos que consistem em um corte na membrana do tímpano para remover o líquido do ouvido e a posterior inserção do dreno. “Nesses casos, inserimos um pequeno tubo de plástico ou silicone na abertura para deixar o ar entrar no ouvido médio, evitando assim o novo acúmulo de líquido e permitindo a ventilação da orelha média”.

A especialista também comenta que a remoção da adenoide, chamada de adenoidectomia, pode ajudar algumas crianças que têm otite de repetição ou secreção crônica atrás do tímpano, pois melhora a passagem de ar entre o nariz e o ouvido, equalizando a pressão no ouvido médio.

“Para que o ouvido melhore, é importante que nariz funcione de forma adequada, livre de obstrução, que pode ser causada por hipertrofia de adenoide ou por quadros de rinite. Isso se dá pelo fato de que nosso ouvido tem comunicação direta com o nariz e depende dele para ser ventilado”, explica Dra. Viviane.