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Janeiro Branco: para além do Setembro Amarelo

O mês de janeiro foi escolhido para a campanha de conscientização da importância da saúde mental

Camila Corrêa Matias Pereira* Publicado em 28/01/2023, às 06h00

Existem vários canais de apoio a pessoas que enfrentam problemas com a saúde mental
Existem vários canais de apoio a pessoas que enfrentam problemas com a saúde mental

O Janeiro Branco é uma campanha Brasileira que acontece desde 2014 para
conscientizar a sociedade para a importância da saúde mental, estimulando a
psicoeducação. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de
saúde vai além da mera ausência de doenças — só é possível ter saúde quando há
completo bem-estar físico, mental e social. A saúde mental é mais do que a ausência
de transtornos mentais ou deficiências, ela é determinada por uma série de fatores
socioeconômicos, biológicos e ambientais e é impossível falar de saúde, sem falar de
saúde mental, tanto de forma coletiva, quanto de forma individual.

A saúde Mental transita em todas as áreas. Muito se tem avançado, mas,
infelizmente ainda há um estigma, incompreensão e preconceito muito grande em falar
sobre a saúde mental na nossa sociedade. Diversos fatores podem colocar em risco a
saúde mental dos indivíduos, entre eles, rápidas mudanças sociais, condições de
trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não
saudável, violência e violação dos direitos humanos. Até 2030, transtornos ligados à
saúde mental serão a maior causa de sobrecarga de doença em todas as condições de
saúde.

A prevenção é feita com comunicação. Através da psicoeducação é possível
reduzir o estigma em saúde mental, extinguir preconceitos e comportamentos de
julgamento, ampliar o acolhimento para os que estão em sofrimento emocional,
disseminar informações referentes à serviços e redes de apoio, além de educar a
população sobre ferramentas para a promoção da saúde mental, fatores de risco e de
proteção.

Veja também 

Para que a saúde mental se torne prioridade no nosso país, também é
importante cobrar que Políticas Públicas direcionadas à saúde mental sejam criadas e
ampliadas, bem como garantir que as leis e decretos disponíveis sejam aplicados para
as necessidade psicossociais individuais e coletivas, no sistema público e privado de
saúde. Não menos importante: só é possível promover a saúde mental em uma
sociedade, uma vez que as necessidades básicas e os direitos humanos estejam
garantidos para todos.

Alguns canais de apoio úteis relacionados à saúde mental: 

Centro de Valorização da Vida (CVV): O CVV realiza apoio emocional e prevenção
do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e
precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat. Você pode ligar através
do número 188 do telefone fixo ou do seu celular, 24H por dia.

Site Inspiração: Produzido pelo Centro de Educação em Prevenção e Posvenção do
Suicídio – CEPS, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, o site InspirAção não
possui fins lucrativos e visa a criação e difusão de conteúdos científicos que inspirem
ações de cuidado, motivação, apoio e bem-estar para a valorização da vida e da
prevenção do suicídio.

Mapa da Saúde Mental: Através do mapa da saúde mental no Brasil, você pode
encontrar serviços públicos de saúde mental disponíveis em todo território nacional,
além de serviços de acolhimento e atendimento gratuitos ou voluntários realizados por
ONGs, instituições filantrópicas, clínicas escola, entre outros.

Importante:  
Se você está passando ou conhece alguém com pensamentos ou
comportamentos de violência auto infligida, procure ajuda!

Em situações de urgência, por favor, ligue para: 
SAMU 192 – atendimento à população em casos de urgência ou emergência pré-
hospitalar 
Polícia Militar 190 – atendimento à população em casos de riscos, ameaças contra a
vida, denúncias de roubos, atentados e proteção pública 
Bombeiros 193 – quando há a necessidade de resgate, esse serviço deve ser
acionado

*Camila Corrêa Matias Pereira é especialista em prevenção e posevenção do suicídio. Com mais de 13 anos de experiência em trabalho com saúde mental, faz parte da coodernação do + Contigo, um projeto de pesquisa científica e extensão que possui ações direcionadas aos jovens, pais, comunidade escolar e profissionais da saúde.