Mariana Kotscho
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Entenda a relação entre ouvido, nariz, garganta e a saúde mental

Campanha Janeiro Branco: tontura ou zumbido podem desencadear quadros de estresse e ansiedade.

Redação Publicado em 27/01/2023, às 06h00

A saúde mental é um assunto que precisa ser levado a sério
A saúde mental é um assunto que precisa ser levado a sério

Com o objetivo de chamar a atenção de pessoas, instituições e autoridades para as necessidades relacionadas à saúde mental humana, a campanha Janeiro Branco foi criada em 2014 pelo Instituto Janeiro Branco. Em 2023, sob o tema “A vida pede equilíbrio”, o movimento tem como objetivo estimular o debate sobre as relações humanas, além de prevenir doenças decorrentes do estresse, que incluem depressão, ansiedade e pânico.

Neste cenário, o Hospital Paulista faz um alerta à importância do cuidado também com ouvido, nariz e garganta para a manutenção da saúde mental.

Conforme a Dra. Bruna Assis, otorrinolaringologista na Instituição, dentro da especialidade, existem diversas patologias que podem desencadear estresse e ansiedade, como quadros de tontura e/ou zumbido.

Sem equilíbrio entre corpo e mente, resta a sobrecarga, o estresse e o adoecimento, capazes de paralisar nossas vidas, seja no âmbito pessoal ou profissional. Daí, a grande importância da campanha na vida de pessoas que convivem com esses transtornos, destaca a especialista. “As perdas auditivas e os transtornos de fala levam à dificuldade de comunicação. E, consequentemente, à dificuldade nos relacionamentos interpessoais, podendo levar a quadros de depressão, ansiedade e isolamento”, reitera.



Em linha, a fonoaudióloga Christiane Nicodemo, também do Hospital Paulista, chama a atenção para a importância da acuidade dos profissionais da saúde na escuta ativa e no olhar atento.

“O otorrino e o fonoaudiólogo são profissionais que podem receber seus pacientes e, com um olhar atento, para além da queixa, realizar o encaminhamento para o psiquiatra ou psicólogo. Todos precisam abraçar essa causa e desmistificar o tratamento de transtornos mentais”, frisa.


Números

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, aproximadamente, 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, 58% dos suicídios ocorrem antes dos 50 anos de idade e 71% das pessoas com psicose não acessam os serviços disponíveis de auxílio à saúde mental.

Os números registram um aumento de 25% nos quadros de depressão e ansiedade no primeiro ano de pandemia. “Essas doenças podem atingir quaisquer indivíduos, os afastando do convívio social e de uma vida produtiva”, reitera a médica.

A fonoaudióloga ressalta que, em países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os mais pobres e desfavorecidos correm maior risco de desenvolver problemas de saúde mental, destacando que, mesmo em países de alta renda, apenas 1/3 recebem cuidados formais.

“Somos seres sensíveis, com histórias de vidas distintas. Nós passamos por uma pandemia e isso já é um grande fator para desencadear algum mal-estar”, afirma.

A otorrino do Hospital Paulista alerta ainda que indivíduos com dificuldade na comunicação, seja por diminuição da acuidade auditiva ou distúrbios de fala, devem ter suas patologias e limitações tratadas, por meio da indicação de aparelhos de amplificação, tratamento medicamentoso ou técnica cirúrgica, de acordo com cada necessidade.

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“Esses indivíduos precisam ser muito bem inseridos na sociedade, por meio da educação inclusiva, melhora na dinâmica familiar e, sempre que possível, associadas à uma rede de apoio psicossocial para contenção de danos e maior qualidade de vida”, pondera.

Em 3 de março de 2022, data em que é celebrado o Dia Mundial da Audição, a OMS lançou a campanha “Para ouvir por toda a vida, ouça com cuidado” e emitiu um novo padrão para combater a ameaça crescente de perda auditiva.

Mais de um bilhão de pessoas, entre 12 e 35 anos, correm esse risco devido à exposição prolongada e excessiva à música alta, podendo trazer consequências devastadoras à saúde física e mental, educação e perspectivas de trabalho.

“A formação e informação para os trabalhadores de locais com barulho tornam evitável a perda auditiva, devido à exposição ao som alto e permanente”, destaca a fono.

Em 2023, o lema, em tradução livre, será “Cuidado auditivo para todos! Vamos torná-lo uma realidade”, trazendo como proposta a inclusão do cuidado com o ouvido na atenção primária.

Dicas que beneficiam a saúde mental

As especialistas também listam alguns bons hábitos fundamentais para manter o equilíbrio entre o corpo e a mente.

  • Boa alimentação;
  • Prática de exercícios físicos;
  • Manejo do estresse;
  • Higiene do sono;
  • Redução no abuso de toxinas (álcool, cigarro e drogas);
  • Tempo para lazer.

“Além disso, uma boa rede de apoio, conexões saudáveis, autoconhecimento e terapia também propiciam qualidade de vida. Fazer coisas que gostamos e nos fazem bem traz benefícios diários”, finaliza a otorrino.

Rede de apoio

Contate o Centro de Valorização da Vida (CVV), instituto que apoia emocionalmente todas as pessoas que acessam o serviço.

O atendimento é realizado 24h por voluntários que se revezam para conversar por telefone (188), e-mail ou chat.

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, possui mais de 40 anos de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.