Violência contra as mulheres mata cerca de 140 pessoas por dia
Redação Publicado em 25/11/2025, às 06h00

O Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro, homenageia as irmãs Mirabal, assassinadas em 1960 por se oporem ao regime de Trujillo, simbolizando a luta contra a opressão feminina.
Em 2023, a ONU reportou cerca de 85 mil mulheres e meninas assassinadas intencionalmente, com mais de 60% dos casos ocorrendo por parceiros íntimos, evidenciando que o lar é um dos lugares mais perigosos para elas.
A professora Silvia Castelli enfatiza a necessidade de ações coletivas, como a denúncia e a educação para a igualdade, além de fortalecer a Lei Maria da Penha e criar redes de acolhimento, ressaltando que a transformação deve ocorrer durante todo o ano, não apenas em datas simbólicas.
O dia 25 de novembro é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher em homenagem às irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e María Teresa).
As três irmãs dominicanas, conhecidas como "Las Mariposas", foram brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960, por ordem do ditador Rafael Leónidas Trujillo, devido à sua oposição e resistência ao regime autoritário.
A brutalidade do crime chocou o país e o mundo, transformando o assassinato das irmãs em um símbolo da luta e resistência feminina contra a opressão e a violência baseada em gênero.
De acordo com a ONU, cerca de 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em 2023, e mais de 60% dessas mortes (cerca de 51 mil) foram cometidas por parceiros íntimos ou familiares. Isso significa, em média, 140 mulheres assassinadas por dia por alguém próximo, uma triste constatação de que o lar, mais uma vez, pode ser o lugar mais perigoso para muitas.
No mesmo relatório, a ONU destaca que nem todos os casos são notificados ou classificados adequadamente como feminicídios, o que indica que os números reais podem ser ainda mais altos.
Segundo a palestrante e professora, Silvia Castelli, os números que temos não são apenas estatísticas frias: são vidas, sonhos interrompidos, famílias destruídas. Se 140 mulheres morrem por dia no mundo por violência íntima, e o Brasil registra mais de mil feminicídios por ano, isso exige de nós uma resposta coletiva, urgente e contínua.
Denunciar, apoiar políticas públicas, educar para a igualdade — são ações tão diversas quanto necessárias.
Silvia destaca que a Lei Maria da Penha, desde sua criação, tem sido fundamental para a proteção das mulheres, mas ressalta que a legislação sozinha não basta. “Precisamos fortalecer redes de acolhimento, centros de atendimento, serviços psicológicos e de segurança. E, sobretudo, precisamos mudar a cultura patriarcal que ainda alimenta a violência.”
O 25 de novembro é um marco simbólico, mas a transformação precisa acontecer nos demais 364 dias do ano. A violência não espera o calendário.
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