Dr. Fabricio Pandini comenta sobre as formas de aplicação da polissonografia e em quais situações a avaliação é solicitada
Redação Publicado em 17/02/2023, às 06h00
Responsável por medir a atividade respiratória, muscular e cerebral (além de diversos outros parâmetros), a polissonografia ou “exame do ronco” é capaz de avaliar distúrbios do sono e dar respaldo ao correto tratamento do caso de forma a melhorar significativamente a vida do paciente. Segundo um estudo feito por cientistas da USP e da Unifesp e publicado na Sleep Epidemiology, 65,5% da população brasileira possui baixa qualidade de sono.
O otorrino e cirurgião cérvico facial Dr. Fabricio Pandini explica que a maior parte dos distúrbios impacta as pessoas justamente quando não existe o chamado sono restaurador. “Condição que consequentemente gera quadros de déficit de atenção, sonolência diurna, agressividade, cansaço e falta de concentração. Nas crianças, o problema pode prejudicar diretamente o aprendizado e a compreensão. A longo prazo, existe ainda o risco de hipertensão arterial, arritmias, diabetes e hipotireoidismo.”
Dessa forma, a polissonografia é solicitada sempre que houver queixa de sono não restaurador, com apneia do sono (ronco), sensação de já acordar cansado e dificuldades ao longo do dia devido à sonolência. “O exame identifica tanto quadros respiratórios como de movimentos periódicos dos membros, isso é, terror noturno, sonambulismo e distúrbio comportamental do sono REM, como Parkinson, narcolepsia, síndrome das pernas inquietas e bruxismo”, diz Pandini.
No que diz respeito às dificuldades para a realização do exame, o especialista comenta sobre a existência de algumas particularidades em relação a colocação de eletrodos. Pessoas idosas geralmente apresentam mais resistência, principalmente quando há despertares ou idas ao banheiro durante à noite. Assim, é preciso que haja uma avaliação individualizada de cada quadro, a fim de entender se há necessidade de fazer o exame domiciliar ou diretamente na clínica.
Com toda a complexidade que os distúrbios do sono podem oferecer, Dr. Fabrício orienta que a investigação adequada das condições é imprescindível para recuperar a qualidade de vida dos pacientes. “Muitas vezes, esses indivíduos sabem que dormem mal, mas não entendem a amplitude das consequências proporcionadas por noites de sono ruim. Um tratamento eficiente, que pode incluir aparelhos intraorais, cirurgias otorrinolaringológicas e até mesmo acompanhamento neurológico são cruciais para um reestabelecimento da normalidade.”