Mariana Kotscho
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Mulheres têm papel decisivo no cuidado da saúde dos homens

Além de se cuidarem mais, as mulheres ainda são as grandes responsáveis pelo encaminhamento dos homens ao médico

Redação Publicado em 11/11/2022, às 06h00

Homens nem sempre vão ao médico
Homens nem sempre vão ao médico

Para manter uma vida saudável e estável, diversas atividades são necessárias, como manter boa alimentação, fazer exercícios regularmente, assim como manter exames de rotina em dia. Entretanto, quando se trata de agendamento de consultas médicas e exames para os homens, a maior parte dessa marcação parte das suas mulheres ou parentes do sexo feminino. Apenas 6 em cada 10 homens procuram atendimento médico quando os sintomas chegam ao ponto de estar intoleráveis, o que torna desequilibrada a demanda de atendimentos entre homens e mulheres.

Um levantamento inédito da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde, indica que, enquanto mais de 312 milhões de homens já foram atendidos em 2022, as mulheres ultrapassam 370 milhões. No ano passado, foram 725 milhões de homens contra 860 milhões de mulheres.

Outro estudo realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo apontou que 70% dos brasileiros do sexo masculino procuram uma consulta médica por influência do cônjuge ou filhos.

O urologista e oncologista Bruno Benigno, um dos chefes de urologia do Hospital Oswaldo Cruz, comprova isso todos os dias nos agendamentos de consultas. Segundo ele, 47% das consultas foram agendadas por um terceiro (esposa, companheiro, filhos, amigos), sendo que 80% delas foram feitas por mulheres, sejam elas as esposas, mães, filhas, irmãs, etc. Vale ainda ressaltar que 86,3% dos pacientes do Bruno são homens.

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A diferença na demanda entre homens e mulheres fica bem evidente nos atendimentos específicos. Neste ano, houve mais de 1,2 milhão de atendimentos femininos por ginecologistas, enquanto a procura dos homens por urologistas ficou em 200 mil. Mesmo entre homens que vão ao consultório, a influência feminina tem um grande papel. Homens só procuram um médico após a insistência da mulher ou dos filhos.

A negligência masculina tem o seu preço. Muitos homens descobrem doenças cardiovasculares ou o tão temido câncer de próstata através de consultas corriqueiras. Logo, o papel da mulher na saúde do homem é muito importante, já que ainda há receio, preconceito (no caso de urologia e proctologia) e desinteresse de grande parte dos homens quando se trata da sua própria saúde. Ou seja, as mulheres têm sido decisivas na prevenção das doenças masculinas e na diminuição do número de óbitos entre os homens.