Especialista em urologia oncológica destaca os principais benefícios em consultar regularmente um médico de saúde masculina
Redação Publicado em 18/06/2023, às 10h00
De acordo com o Ministério da Saúde, no último ano, foram registradas três consultas ginecológicas por mulheres para cada uma consulta dos homens com um urologista. Segundo o especialista em urologia oncológica Dr. Elizeu B. Neto, a população masculina é historicamente menos comprometida com a própria saúde em comparação com a feminina, cenário que, inclusive, se reafirma pela maior suscetibilidade a doenças e taxa de mortalidade. Os homens brasileiros vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres.
Não ter o hábito de consultar um urologista periodicamente traz grandes riscos para a saúde do homem, especialmente quando se trata do câncer de próstata. A maioria dos pacientes só procura atendimento médico quando começa a sentir algum desconforto, o que eleva as chances de a doença já estar em um quadro avançado de metástase, inclusive nos ossos, situação que reduz consideravelmente as chances de um tratamento bem-sucedido”, explica Dr. Elizeu.
O especialista ainda alerta que um estilo de vida mais inconsequente, com falta de atividades físicas, menor controle do estresse e uma alimentação inadequada também costumam resultar em mais alterações de saúde para os homens. “Portanto, uma abordagem multidisciplinar com diferentes profissionais de saúde, como médicos, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, pode ser necessária, a fim de identificar ou mesmo prevenir o surgimento de diversos problemas”.
A recomendação é que o primeiro exame de próstata seja realizado a partir dos 50 anos de idade, porém, entre os homens com maior risco de desenvolver este tipo de câncer (obesos, afrodescendentes ou com histórico familiar da doença), a avaliação e consequente adoção de formas mais significativas de prevenção já devem começar a partir dos 45 anos. “Manter o peso corporal controlado, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são algumas dicas imprescindíveis para evitar a enfermidade”.
Diante desse cenário, Dr. Elizeu alerta que devido a maior negligência dos homens com a própria saúde é preciso reforçar as consequências de não se consultar periodicamente com um especialista, além de combater constantemente normas culturais de masculinidade, estigmas relacionados a realização de exames da próstata e até mesmo preocupações com a perda de autonomia. “O ideal é que todos se mantenham plenamente atentos ao funcionamento do próprio organismo, para que possam buscar ajuda, livres de quaisquer julgamentos, sempre que necessário”.