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Especialista em maternidade dá dicas para combater o estresse materno

Mônica Cereser aponta que um caminho é a rede de apoio materno. Ela criou o MAM, Mães que ajudam Mães, que dá suporte para mães

Mônica Geisa Cereser* Publicado em 09/02/2025, às 06h00

Como evitar o estresse com filhos?
Como evitar o estresse com filhos?

Uma mãe estressada fatalmente causará prejuízo emocional ao filho, porque ela poderá ter um distanciamento emocional em relação a essa criança, além de possibilidade de negligência ou até de violência doméstica no caso de um burnout materno. 

A frase é da especialista em maternidade e estresse, a médica psiquiatra Dr. Mônica Cereser que aponta ainda que além da rede de apoio, um bom caminho é se aceitar, se acolher, buscar ferramentas para promover a saúde mental e então passar a agir de modo diferente.

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Os temas que ela propõe são os pilares do seu trabalho junto ao grupo MAM - Mães que ajudam mães, com quem têm grupos criados em Jundiai, interior de São Paulo.

O MAM funciona presencialmente e online e nesse lugar seguro as mães conseguem encontrar conforto e orientação para compartilhar experiências e obter orientações.
A médica psiquiatra que é também mãe de 3 filhos sugere as seguintes dicas para minimizar o estresse e aponta caminhos possíveis para mães nesse cenário

1. Essa dica é importante, por isso está em primeiro lugar. Crianças são pura emoção, de modo que é responsabilidade das mães dar sentido e nomear o que elas sentem. Nomear sentimentos ajuda a administrá-los.
2. Você tem ideia do que sente? O que você faz com o que sente? Se você não sabe o que fazer com sua própria emoção e por isso se desequilibra, seu filho vai ficar ainda mais perdido e angustiado, portanto, busque ajuda e aprenda mais sobre o que sente. Os psicólogos chamam isso de autorregulação.
3. Saber quando sair de cena. Sabe aquele momento em que você está quase surtando e já perdeu o controle da situação? Pois bem, sugiro que crie um espaço interno de 10 segundo para poder se reorganizar e então voltar mais inteira para acolher seu filho. Se você não faz uma pausa positiva, quem sofre é seu filho que além de cuidar do que ele está sentido, tem que administrar o seu destempero.
4. Esteja mais atenta aos sinais que seu corpo lhe mostra. Como dormir mal, comer demais ou de menos, ficar irritada sem motivo, sem libido, com dores excessivas pelo corpo, desanimo para realizar as tarefas do dia a dia, sem paciência com seu filho, entre outras. Estes são sinais bem claros que você está escalando a curva de estresse. Atenção.
5. Não fique no piloto automático. Você não é um robô. Procure ter hobbies. Arrume tempo só para você. Durma. Veja um filme ou série. Vá ao salão de beleza. Se cuide e se priorize.
6. Se cobre menos. Você é uma só. Encare seu trabalho com ele é. Não exija tanto de você. É importante gostar do que faz e é esse valor que transmitirá para seu filho, se encarar o trabalho com um peso ele vai entender que trabalho é problema, portanto reveja o que faz e busque um equilíbrio entre o ser profissional e o ser mãe. Essa escolha é fundamental para você não alimentar o estresse.
7. ⁠Você é um modelo para seu filho, portanto reveja seus valores e se está colocando seu propósito em prática.
8. ⁠Se culpar não fará de você uma mãe melhor, portanto aceite que é vulnerável e limitada. Não dá para ser boa em tudo. Seja mais amorosa com você mesma.
9. ⁠Seja mais auto responsável pelas escolhas que faz. Não dá para você escolher fazer algo e depois ficar culpando filhos, marido ou parceiro(a) que a pessoa não ajuda. Inclua seu parceiro nas tarefas do dia a dia e entenda que cada um faz de um jeito.
10. Seja assertiva e aprenda a pedir. Ninguém vai saber o que você realmente precisa.


Sobre a profissional

*Mônica Cereser é especialista em psiquiatria de crianças, adolescentes e adultos há 30 anos. Formada em Medicina com especialização em psiquiatria geral na Santa Casa de São Paulo e em psiquiatria da infância e adolescência no Hospital das Clínicas da USP. É autora do guia “Se eu soubesse” e coautora de mais 4 livros.