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Leoas da maternidade

Leoas da Maternidade: Lutando pela Inclusão das Crianças com Dislexia

Juliana Amorina* Publicado em 13/05/2024, às 06h00

Mães de crianças com dislexia lideram movimento pela inclusão e direitos, transformando desafios em conquistas
Mães de crianças com dislexia lideram movimento pela inclusão e direitos, transformando desafios em conquistas

A maternidade pode transformar a mulher de dentro para fora e, em muitos casos, junto com o bebê nasce uma força interior surpreendente. Não à toa, muitos dizem que mães são verdadeiras leoas, isso porque essa felina imponente é reconhecida como provedora de alimento e protetora dos filhotes. Também é comum que ela conte com uma rede de apoio de outras leoas para cumprir suas funções sem descuidar dos filhos.

Nessa analogia, enxergo as mães de crianças com dislexia como verdadeiras “leoas da maternidade”, pois se unem para garantir e lutar pelos direitos de seus filhos e até de outras famílias que passam por adversidades semelhantes.

Em 2023, as fundadoras do Grupo Nacional Mães do Brasil, Gabrielle Coury de Andrade e Priscila Garrido, atuaram em parceria com o Instituto ABCD no lançamento da Cartilha Mães do Brasil, que traz diretrizes para iniciar grupos de apoio para familiares e pessoas com dislexia e tem o objetivo de expandir as iniciativas que ampliem o conhecimento e o apoio aos recém-diagnosticados e suas famílias .

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Além desse apoio, essas associações, majoritariamente comandadas por mães, trazem visibilidade local para a causa defendida e reforçam aos governantes as ações necessárias do ponto de vista legislativo e executivo para mitigar os impactos negativos como danos acadêmicos, psicológicos e reflexos econômicos. 

Como resultado, vemos tanto dentro do Brasil quanto fora do país, que o engajamento civil, munido de estudos científicos e informações confiáveis, vira uma potente ferramenta no processo de transformação, pois independente do nível político que eles atinjam, todos ganham com a ampliação da empatia e da diversidade.  

Temos avançado em algumas frentes e já temos ONGs e associações em vários estados. Entre eles, podemos destacar o DislexBahia, fundado em 2018 pela Priscila Garrido. Dois anos depois, o Deputado Estadual Paulo Câmara (PSDB) instituiu o laço azul com laranja como símbolo de conscientização sobre a dislexia no Estado. No ano passado, o Deputado Florentino Neto criou o Projeto de Lei 120/2024 para pedir que o laço seja reconhecido nacionalmente. E o parlamentar declara que a iniciativa nasceu a partir do pedido do Instituto ABCD, da Associação Brasileira de Dislexia, das associações que são membros do Grupo Nacional Mães do Brasil.

Outra conquista liderada por essas leoas, está a Lei nº14.254/2021 que dispõe sobre o acompanhamento integral de alunos com dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e/ou outro transtorno de aprendizagem.

A criação de leis e o reconhecimento é apenas o primeiro passo ao longo dessa jornada. A ampliação no acesso ao diagnóstico permite que mais leoas ingressem nesse movimento. Todo apoio e incentivo civil, jurídico e político é importante para que as crianças disléxicas possam mostrar todo o seu potencial de rei da selva ou de leoa. 

 *Juliana Amorina, diretora-presidente do Instituto ABCD

Sobre o Instituto ABCD

O Instituto ABCD é uma organização social sem fins lucrativos que se dedica, desde 2009, a gerar, promover e divulgar conhecimentos que tenham impacto positivo na vida de brasileiros com dislexia e outros transtornos de aprendizagem, com o objetivo de garantir que todos tenham sucesso na escola, no trabalho e na vida.