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O Impacto da digitalização da educação para quem tem dislexia

Como as novas ferramentas de aprendizagem podem impactar a vida de pessoas com transtornos da aprendizagem como quem tem dislexia

Juliana Amorina* Publicado em 23/01/2024, às 06h00

Entenda como a tecnologia pode ajudar pessoas com Dislexia - Foto: divulgação
Entenda como a tecnologia pode ajudar pessoas com Dislexia - Foto: divulgação

A era digital na educação está nos provocando a repensar não apenas o modelo de ensino como também o processo de aprendizagem, promovendo rupturas na maneira como temos conduzido a inclusão de alunos com transtornos da aprendizagem, a exemplo da Dislexia - condição do neurodesenvolvimento que afeta a leitura e a escrita. Esses novos movimentos trazem impactos que podem ser positivos, dependendo do perfil de cada indivíduo e da forma como os novos recursos são adotados .

Pesquisadores da Universidade Católica de Pernambuco (Cidrim L, Braga PHM, Madeiro F), apresentaram em 2018, um aplicativo desenvolvido para dispositivos móveis para intervenção no espelhamento de letras, uma das dificuldades de crianças com Dislexia. Os autores argumentam que, para se buscar o máximo de eficiência, é preciso recorrer a um sistema de ensino baseado em estratégias multissensoriais, com imagens, sons, cores e tipografias adequadas, o que reflete na melhora da aprendizagem, enquanto os elementos gráficos e de gamificação permitem o aumento do envolvimento e da motivação, ajudando a criança a desenvolver as habilidades de leitura e a escrita de forma divertida. Desta forma, aplicativos disponíveis em smartphones e tablets podem ser bastante úteis na nova geração de ensino, inclusive entre alunos com Dislexia que podem ter uma melhor experiência de aprendizagem com o uso de recursos multimídias.

As soluções digitais também ampliam as formas de acesso ao conteúdo oferecendo ferramentas como leitura em voz alta, fontes personalizadas ou recursos interativos. E a digitalização também possibilita a personalização do ensino para cada estudante: por meio de plataformas que monitoram o desenvolvimento do aluno, o professor é capaz de identificar suas áreas de dificuldade e pontos fortes e assim customizar o ensino de acordo com as necessidades individuais do aluno. Além disso, ao identificar as temáticas de interesse de cada estudante, a tecnologia também permite que o conteúdo possa ser adaptado, resultando em maior envolvimento e motivação intrínseca.

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Quando o aluno enfrenta barreiras no processo de aprendizagem, como é o caso de estudantes com dislexia, a tecnologia já vem desempenhando um papel importante. A experiência que temos com nosso aplicativo EduEdu, demonstra que uma solução tecnológica gratuita que está disponível em celulares e que personaliza o processo de aprendizagem de acordo com as necessidades do aprendiz, traz um impacto positivo na alfabetização de cada aluno e ainda alcança milhões de crianças que não teriam acesso a nenhum outro tipo de recomposição da aprendizagem. Ou seja, a tecnologia também pode ser um meio para facilitar o acesso à educação.

A digitalização da educação ultrapassa as barreiras físicas e permite o acesso ao conhecimento de qualquer lugar, e ainda oferece recursos tecnológicos que permitem acompanhar o processo de aprendizagem e personalizá-lo para  atender às necessidades específicas dos alunos com Dislexia, marcando uma nova era de inclusão. Se adequado ao perfil de cada indivíduo e alinhado às suas respectivas necessidades, visando explorar o seu potencial máximo, a tecnologia pode ser um poderoso instrumento de enriquecimento para a educação, assim como um potencializador das reflexões e dos aprendizados, contribuindo para a (re)elaboração de novos conhecimentos.

Sobre o Instituto ABCD

O Instituto ABCD é uma organização social sem fins lucrativos que se dedica, desde 2009, a gerar, promover e divulgar conhecimentos que tenham impacto positivo na vida de brasileiros com dislexia e outros transtornos de aprendizagem, com o objetivo de garantir que todos tenham sucesso na escola, no trabalho e na vida.

*Juliana Amorina, Diretora-Presidente do Instituto ABCD