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Movimento Pela Base lança e-book sobre educação antirracista

E-book gratuito tem como foco ajudar trabalho de educadores em escolas e traz discussão sobre desafios do racismo no país

Redação Publicado em 02/06/2023, às 10h00

Instituição defende que a luta antirracista precisa ser um elemento estruturante dos currículos escolares - Foto: Divulgação
Instituição defende que a luta antirracista precisa ser um elemento estruturante dos currículos escolares - Foto: Divulgação

O Movimento pela Base, rede não governamental e apartidária de pessoas e instituições que apoiam a construção e implementação de qualidade da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e do Novo Ensino Médio, lançou, no último dia 12, o e-book: “Educação antirracista: o que é e como colocar em prática”. A publicação pode ser baixada de forma gratuita neste link e apresenta uma seleção de materiais indicados pelas organizações que fazem parte da rede do Movimento pela Base.  

Há planos de aula, indicações de obras literárias, cursos e vídeos para apoiar a consolidação da educação antirracista no dia a dia das escolas, como uma pauta perene, consistente e incorporada ao ensino e aprendizagem, bem como pesquisas e análises que contribuem para entender e refletir sobre o racismo no Brasil - e suas consequências para a educação.

De acordo com João Paulo Cêpa, gerente de Articulação e Advocacy do Movimento pela Base, a publicação incentiva a incorporação ativa da pauta do racismo às práticas escolares, apresenta referências positivas de negritude e questiona constantemente o alinhamento entre discurso e prática: a própria escola é realmente diversa?

O Movimento pela Base acredita no poder de transformação da escola e pretende servir de apoio para que a educação seja uma ferramenta indispensável no processo de desconstruir o racismo estrutural existente no Brasil”, afirma Cêpa.

A instituição defende que a luta antirracista precisa ser um elemento estruturante dos currículos, e não um tema esporádico nas práticas pedagógicas. “Estamos comprometidos com a pauta étnico-racial e com a implementação da Lei 10.639/2003, que incluiu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras no currículo. Ela se tornou prioritária em nossas ações internas e externas”, diz o gerente.

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Apesar da lei citada existir há 20 anos, um levamento feito CDINN (Coletivo de Intelectuais Negras e Negros), em parceria com o Instituto Unibanco, mostrou que sua aplicação ainda está longe do ideal na área de Ciências da Natureza. “É um bom indicador de que ainda falta tirar muita coisa do papel. Precisamos olhar de forma crítica para a própria BNCC, aperfeiçoando o documento para garantir que a diversidade esteja realmente presente e seja incorporada ”, completa Cêpa.

O primeiro capítulo do livro é composto de infográficos, vídeos e outros materiais de apoio e referência para auxiliar os educadores a praticar e ensinar o antirracismo. Em seguida, são apresentadas as pesquisas, as análises e as iniciativas que contextualizam e dimensionam os desafios impostos pelo racismo no país. Para finalizar, são apresentados artigos, análises, matérias e reportagens elucidando e demonstrando a importância que a educação exerce em cada um de nós.

Colorismo  

A publicação conta ainda com um glossário que reúne termos elementares para entender e refletir sobre a pauta étnico-racial. E no projeto gráfico, as páginas do e-book escurecem gradativamente com o intuito de alertar que, quanto mais escura for a pele, mais preconceito o(a) negro(a) sofrerá.  

O Movimento pela Base ressalta que seu papel na luta antirracista é ajudar a ecoar as vozes de tantas organizações e pessoas dedicadas à causa. “Acreditamos que parte da nossa responsabilidade é dar visibilidade a todos os que já lutam contra o racismo todos os dias e disseminar informação”, finaliza Cêpa.