A educação antirracista precisa ser prioridade nas escolas
Silvia Adrião* Publicado em 20/11/2022, às 06h00
Não é de hoje que a violência de raça e o preconceito estrutural inundam os noticiários com crimes e histórias trágicas. Por essa razão, a promoção de uma educação antirracista, que fomente o respeito e o debate sobre as relações étnico-raciais, se faz urgente, seja nas instituições escolares, nas empresas e nos espaços públicos ou dentro do nosso próprio lar.
Segundo dados do IBGE, 56,1% da população brasileira é composta por pretos e pardos. O que quer dizer que estamos falando de uma maioria populacional que tem voz, história e exige participação em todas as instâncias da sociedade, como assim deveria ser.
Assumir o compromisso diário da promoção de uma sociedade mais inclusiva implica fazer escolhas que repertoriem nossos filhos, alunos ou colegas sobre a beleza e a riqueza que há no encontro com a nossa diversidade.
Pensando agora apenas na formação dos pequenos, será que nosso acervo de histórias, vídeos, músicas e artistas que reverenciamos reflete a pluralidade étnico-racial que temos em nosso País? Se ainda não, é hora de buscar essa diversidade.
Como nossas crianças vão crescer conversando com toda a pluralidade que tem o Brasil sem que sejam tocadas, desde pequenas, pela variedade de referências? Recentemente, realizamos um ciclo de formação sobre educação antirracista com a pesquisadora Jussara Santos, e foi exatamente essa provocação que ela nos fez. O compromisso com uma formação para a equidade étnico-racial deve estar presente de janeiro a janeiro, em todas as nossas esferas.
Pesquise e reverencie também artistas e criadores de conteúdo negros, indígenas e de outras etnias que compõem nossa grande população. Deixe de lado o racismo recreativo, que relativiza a dor do outro, e adote um vocabulário mais cuidadoso e respeitoso. São muitas as formas para combatermos o racismo estrutural, o que não podemos mais é adiar esse compromisso.
*Silvia Adrião – Diretora da Escola AB Sabin