Mariana Kotscho
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Menopausa no século 21: como a reposição hormonal e tratamentos estão transformando a vida das mulheres

A terapia de reposição hormonal pode melhorar a qualidade de vida das mulheres na menopausa, mas é importante fazer tratamentos personalizados

Redação Publicado em 15/12/2025, às 06h00

Mulher aplicando creme no braço
A reposição hormonal continua sendo um dos métodos mais eficazes para aliviar os sintomas incômodos da menopausa - Foto: Canva Pro

A menopausa, fase natural da vida feminina, afeta cerca de 29 milhões de mulheres no Brasil, com projeções de que mais de 1 bilhão de mulheres globalmente vivenciarão essa etapa até 2030, gerando um aumento na demanda por tratamentos que promovam bem-estar.

A terapia de reposição hormonal (TRH) é destacada como uma das opções mais eficazes para aliviar sintomas como ondas de calor e alterações de humor, sendo segura quando bem indicada, especialmente para mulheres que iniciam o tratamento antes dos 60 anos.

A Dra. Déborah Elmor Faraco Coelho enfatiza a importância de uma abordagem individualizada e contínua para a menopausa, integrando cuidados que vão além dos sintomas, e recomenda avaliação médica detalhada para determinar a elegibilidade para a TRH, considerando fatores como saúde emocional e estilo de vida.

Resumo gerado por IA

A menopausa, etapa natural da vida feminina marcada pela interrupção dos ciclos menstruais, vem recebendo atenção crescente devido ao aumento da expectativa de vida e ao maior interesse por tratamentos que promovam bem-estar a longo prazo. No Brasil, estima-se que cerca de 29 milhões de mulheres estejam no climatério, acompanhando a tendência mundial que aponta para mais de 1 bilhão de mulheres nessa fase até 2030.

Entre as opções disponíveis, a terapia de reposição hormonal continua sendo um dos métodos mais eficazes para aliviar os sintomas incômodos que atingem a maioria das mulheres, como ondas de calor, alterações do sono, mudanças de humor, ressecamento vaginal e perda de massa óssea. Diretrizes internacionais reforçam que, quando bem indicada e monitorada, a reposição hormonal apresenta bom perfil de segurança, principalmente quando iniciada antes dos 60 anos ou dentro dos primeiros 10 anos após a última menstruação.

Para entender melhor esse cenário, ouvimos a Dra. Déborah Elmor Faraco Coelho, ginecologista obstetra com mais de 31 anos de experiência, especialista em infertilidade, menopausa e cirurgia íntima, fundadora da DTBC e da Injet Care e criadora do método Renovar. Reconhecida por sua atuação integrativa, ela destaca que a menopausa deve ser compreendida de forma individualizada. Segundo a médica, a menopausa não é uma doença, mas cada mulher a vivencia de maneira única. O papel do médico é identificar as causas dos sintomas, sejam hormonais, metabólicas ou emocionais, e oferecer um plano terapêutico que considere todo o contexto da paciente.

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O método desenvolvido por ela parte desse conceito: avaliar não apenas hormônios, mas saúde óssea, metabolismo, sono, estado emocional, composição corporal e estilo de vida como um todo.

A reposição hormonal permanece como a intervenção com maior respaldo científico para tratar os sintomas vasomotores, que afetam até 80% das mulheres no início da menopausa. Estudos mostram que, além de melhorar consideravelmente a qualidade de vida, essa terapia protege os ossos, ajuda a regular o metabolismo e proporciona bem-estar geral quando utilizada com acompanhamento adequado.

A Dra. Déborah enfatiza que a TRH não deve ser interpretada como um risco automático. Ao contrário, ela destaca que há muita desinformação sobre a reposição hormonal. Hoje contamos com formulações bioidênticas, doses personalizadas e vias de administração mais seguras. Quando bem indicada, a TRH reduz riscos, melhora sintomas intensos e devolve qualidade de vida.

Ainda assim, reforça que nem todas as mulheres são candidatas ao tratamento: casos de câncer hormônio-dependente, trombose ativa ou doenças hepáticas graves exigem cautela e contraindicam o uso, tornando indispensável uma avaliação médica detalhada.

A especialista também ressalta que, com mulheres vivendo cada vez mais, muitas passam um terço ou até metade de suas vidas em pós-menopausa, o que reforça a importância de cuidados contínuos e integrativos. Para ela, o foco não deve ser apenas a ausência de sintomas, mas sim a promoção de qualidade de vida: “Estamos vivendo mais, mas precisamos viver melhor. O climatério influencia a vida profissional, sexual, emocional e física. Nosso objetivo é fazer com que essa fase seja vista como um momento de transformação e não de limitações”.

Nesse sentido, a ginecologista destaca outros aspectos frequentemente negligenciados, como saúde íntima, dermatologia genital, queda capilar, saúde emocional, controle de peso e até a relação entre saúde intestinal e equilíbrio hormonal.

Tecnologias como laser íntimo, fisioterapia pélvica, suplementações e ajustes de estilo de vida completam a abordagem terapêutica quando necessário.

Ao reunir experiência clínica, evidências científicas atuais e um olhar humano para as necessidades de cada paciente, a Dra. Déborah Elmor Faraco Coelho reforça que a menopausa pode ser vivida com saúde, autonomia e bem-estar. A informação qualificada e o acompanhamento especializado tornam-se, assim, aliados fundamentais para transformar essa fase em um período de renovação e não de sofrimento.

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