Cirurgião plástico pediátrico explica quando a otoplastia é indicada, como é feita e os cuidados que garantem uma recuperação rápida e segura
Redação Publicado em 09/07/2025, às 06h00
A insatisfação com o formato ou a projeção das orelhas não é apenas uma questão estética — muitas vezes, afeta diretamente a autoestima e o convívio social, sobretudo na infância e adolescência. Nesse contexto, a otoplastia, cirurgia de correção das orelhas, tem se tornado cada vez mais procurada, inclusive por celebridades.
De acordo com o Dr. Rafael Zatz (CRM 163787 / RQE 87564), cirurgião plástico pediátrico, o procedimento pode ser realizado a partir dos seis anos de idade, quando as orelhas já atingiram seu desenvolvimento completo. “É uma cirurgia que oferece resultados definitivos e pode evitar situações de bullying ou constrangimento. Também é muito procurada por adultos que carregam essa insatisfação desde a infância”, explica.
Entre os famosos que já passaram pelo procedimento estão nomes como Anitta, que revelou ter feito a cirurgia na juventude, e o príncipe Harry, que teria optado pela correção anos antes de seu casamento. No Brasil, diversos influenciadores e personalidades também já falaram abertamente sobre a decisão de fazer a otoplastia como parte de um processo de autoestima.
A otoplastia é considerada uma cirurgia de baixo risco, rápida e com recuperação tranquila. De acordo com Dr. Rafael Zatz, crianças de até 10 anos realizam o procedimento com anestesia geral, mas, a partir dessa idade, já é possível realizar com anestesia local e sedação leve, evitando os riscos da anestesia geral — um diferencial que muitas famílias valorizam.
“O objetivo é reposicionar as orelhas mais próximas à cabeça, corrigindo a chamada ‘orelha de abano’, além de ajustar possíveis assimetrias e o formato da cartilagem”, explica. A incisão é feita na parte posterior da orelha, o que torna a cicatriz praticamente invisível.
O procedimento dura, em média, de 1 a 2 horas. Após um curto período de observação, o paciente recebe alta no mesmo dia.
A recuperação costuma ser simples e bem tolerada. Um dos principais cuidados é o uso da faixa compressiva, que ajuda a proteger as orelhas e a manter a cartilagem na nova posição durante o processo de cicatrização. “O uso da faixa é essencial, especialmente na primeira semana, principalmente durante o sono, para evitar qualquer trauma na região”, reforça o cirurgião.
Ao contrário do que muitos imaginam, atividades escolares, de trabalho e até esportivas podem ser retomadas já no dia seguinte ou até dois dias após a cirurgia, desde que o paciente esteja usando a faixa. A única restrição é para o uso de capacetes, fones ou qualquer equipamento que faça compressão direta nas orelhas.
“Com sete dias, liberamos as atividades físicas habituais, mas, antes da liberação é necessário a avaliação do médico, porque dependerá do impacto de cada exercício. Esportes de contato ou com risco de impacto direto devem ser evitados por cerca de um mês”, orienta Dr. Rafael.
Outro ponto importante é que os pontos utilizados são absorvíveis, não sendo necessário retirá-los. Eles se dissolvem naturalmente com o tempo, sem gerar incômodo ao paciente.
A otoplastia é indicada para quem apresenta orelhas proeminentes (as chamadas ‘orelhas de abano’), assimetrias, má formação congênita ou deformidades decorrentes de traumas. Embora muito comum na infância, também é um procedimento procurado por adultos que desejam melhorar sua autoestima.
Além da questão estética, os benefícios emocionais são expressivos. “Corrigir as orelhas pode gerar impactos profundos na autoestima, na autoconfiança e na forma como a pessoa se posiciona no mundo. É uma transformação que se reflete no bem-estar emocional e na qualidade de vida”, destaca o médico.
Crianças ficam mais seguras no ambiente escolar, e adultos passam a se sentir mais à vontade em situações sociais, como prender o cabelo, usar acessórios ou participar de vídeos e fotos, algo cada vez mais presente no dia a dia.
Com técnicas cada vez mais modernas e resultados naturais, a otoplastia segue como uma das cirurgias plásticas mais gratificantes tanto para os pacientes quanto para os profissionais que a realizam. “Quando o paciente se olha no espelho e se reconhece, sem o peso daquilo que o incomodava, sabemos que todo o processo valeu a pena”, finaliza Dr. Rafael.