O diagnóstico precoce da endometriose é fundamental e a alimentação pode ajudar a lidar com a doença
Redação Publicado em 04/11/2024, às 11h00 - Atualizado às 13h02
Em seu dia a dia de consultas, a nutricionista ortomolecular, Elisa Lobo, já conseguiu antecipar diagnósticos de endometriose. “O relato de cólicas menstruais muito intensas me chamam a atenção e, embora a maioria das pacientes considere que essa dor intensa possa ser normal, é um sintoma freqüente de endometriose”, afirma ela.
Você já ouviu falar em endometriose? Ela acontece quando as células endometriais (células do útero) começam a crescer fora da cavidade uterina, causando sangramento. Sem o escoamento da menstruação, esse sangramento externo gera um processo infamatório muito grande. Isso pode acontecer nas trompas de falópio, nos ovários e também no intestino.
Além de dor, as pacientes relatam distensão abdominal, que, segundo a Nutricionista, é causada pelo próprio edema e também pela alteração da microbiota intestinal, a disbiose. “Pacientes com endometriose têm uma grande quantidade de bactérias metanogênicas, que produzem muitos gases e a disbiose pode causar diarréias frequentes ou prisão de ventre, gerando um grande incômodo”, conta Elisa. Outro sintoma é o cansaço freqüente e também a dificuldade de engravidar.
Embora a endometriose não tenha cura e acometa cerca de 15% das mulheres brasileiras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde - OMS, ela é tratável. Elisa Lobo destaca que, apesar da cirurgia ser um dos tratamentos utilizados, há uma recidiva muito grande, chegando a 80%, com o passar do tempo.
Já o tratamento com a Nutrição Ortomolecular, cuida diretamente da inflamação, se baseando em uma dieta voltada para alimentos com altas propriedades antiinflamatórias e nutritivas, além da adição de suplementos, vitaminas específicas como a D, C e E e Ômega 3 e da diminuição no consumo de alimentos, que aumentem os marcadores inflamatórios.
Esse tratamento tem tido muito sucesso no controle desses marcadores, consequentemente controlando as dores e aliviando o problema. “Eu nunca prometo à paciente que vamos resolver 10% o problema, assim como a cirurgia não vai, mas que, com uma base bem feita, cuidando da alimentação e da suplementação, os resultados chegam”, conclui a Nutricionista.