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Câncer: quais tipos têm origem hereditária e como o mapeamento pode salvar vidas

A geneticista Fernanda Ayala explica como identificar cânceres de origem hereditária e a relevância do histórico familiar.

Redação Publicado em 05/08/2025, às 06h00

A medicina genética se torna uma aliada na prevenção do câncer - Canva
A medicina genética se torna uma aliada na prevenção do câncer - Canva

Embora muitos tipos de câncer estejam ligados a fatores ambientais e de estilo de vida, a genética desempenha um papel silencioso e determinante em diversos casos.

A geneticista Fernanda Ayala, especialista em oncogenética, afirma:
“Entre 5% e 10% de todos os cânceres têm origem hereditária. Em algumas famílias, é possível identificar mutações que aumentam expressivamente o risco da doença, mesmo antes dos primeiros sintomas.”

Quais cânceres podem ser hereditários?

Entre os tipos mais associados a síndromes genéticas hereditárias, estão:

  • Câncer de mama e ovário (BRCA1, BRCA2)
  • Câncer de cólon e reto (síndrome de Lynch)
  • Câncer de próstata hereditário
  • Melanoma familiar
  • Câncer gástrico difuso hereditário

“Quando há histórico familiar forte — com casos em pessoas jovens, em mais de uma geração ou mesmo tipo de câncer recorrentes na família — o mapeamento genético é indicado”, destaca a médica.

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Como o mapeamento genético ajuda na prevenção e tratamento?

  • Identifica riscos antes da doença se manifestar;
  • Permite medidas de rastreamento precoce e prevenção (como exames frequentese cirurgias preventivas);
  • Ajuda na escolha do tratamento mais eficaz;
  • Orienta familiares sobre seu risco genético.

“O teste genético não é um veredito, mas uma ferramenta poderosa de prevenção. Ele empodera o paciente com informação para agir a tempo, estando um passo à frente do câncer”, afirma Fernanda Ayala.

Genética e responsabilidade compartilhada

Além de detectar riscos individuais, o mapeamento genético tem impacto coletivo.
“Quando um paciente descobre uma mutação, isso pode salvar a vida de irmãos, filhos, sobrinhos. É uma medicina que olha para o presente e para o futuro da família inteira”, conclui a especialista.

Tanto no autismo quanto no câncer, a genética deixou de ser apenas ciência de laboratório para se tornar aliada da clínica, da prevenção e do cuidado. Informar, investigar e agir são os passos mais poderosos que temos.

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