Com ambiente acolhedor e empoderador, o Instituto Autonomia trabalha há quase 20 anos no acolhimento de pessoas com TEA e seus familiares
Redação Publicado em 14/07/2025, às 06h00
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de saúde caracterizada por desafios nas habilidades sociais, comportamentos repetitivos e dificuldades na comunicação e na interação social.
No entanto, além de cuidar das pessoas com TEA, é fundamental falar também sobre quem cuida. No Brasil, segundo o estudo Retratos do Autismo no Brasil em 2023, existem cerca de 6 milhões de autistas. Os cuidadores dessas pessoas — em sua maioria mães, pais e avós — também precisam de apoio emocional e acolhimento, pois enfrentam uma série de adversidades no dia a dia que impactam significativamente sua saúde mental.
Pensando nesse cenário, em 2009, o Instituto Autonomia foi fundado partido da ótica de acolher pessoas com TEA e seus familiares. Localizado em Florianópolis, o Instituto trabalha com projetos e atividades que promovem a educação inclusiva, fomentam a convivência e integração social entre as pessoas com e sem deficiências, além disso estão na linha de frente da formulação e avaliação de políticas públicas referentes a pessoas com autismo e PCDs.
Para a Presidente do Instituto, Andrea Monteiro, o Abril Azul vai além do simples reconhecimento do autismo. É um apelo por mais ações de políticas públicas voltadas para a causa, compreensão mais profunda e rompimento de preconceitos pré-estabelecidos sobre pessoas com TEA. “Além disso, sabe-se que as crianças e adultos especiais necessitam de uma maior atenção e prestação de cuidados, tarefas que ficam sob responsabilidade da família. No caso dos pais de crianças com TEA, a demanda é maior à medida que a idade avança”, destaca.
A psicóloga do Instituto, Michelle Pereira, ressalta o convívio com os pais e responsáveis por pessoas com TEA no Instituto Autonomia escancara a sobrecarga emocional e fragilidade na saúde mental dessas pessoas. “Diante disso, é importante lembrar não apenas dos pequenos, mas também dos pais que enfrentam uma série de adversidades no dia a dia, que vão desde a busca por intervenções terapêuticas até questões como dificuldades de comunicação. Isso tem um impacto significativo em sua saúde mental”, pontua a psicóloga.
A entidade atende cerca de 100 famílias ao ano. Entre as atividades realizadas no Instituto estão o Projeto Autonomia Aquática, que consiste em preparar o ambiente aquático para um grande encontro através de atividades lúdicas que desenvolvem suas habilidades motoras; Projeto Artistas Autistas, uma oficina de artes que trabalha na socialização e criatividade; Caiaque Terapia, que integra as atividades aquáticas no propósito de trazer benefícios motores e cognitivos; além da Oficina da Terra, onde é realizada o plantio e colheita de comidas orgânicas e nesse processo a conexão com a natureza favorece a pedagogia da Alfabetização ecológica.
“Com ambiente que acolhe e empodera pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares, a nossa organização amplia as oportunidades de socialização, desenvolvimento pessoal, melhora da autoestima e percepção mais ampla no presente e projeção para o futuro”, finaliza a Presidente.