Promovendo um aprendizado significativo pode ajudar a criança no período em que ela está na alfabetização
Redação Publicado em 11/11/2024, às 06h00
No cenário educacional atual, as dificuldades na alfabetização têm gerado discussões relevantes entre educadores e psicopedagogos. Marilia Frassetto, psicopedagoga com vasta experiência, compartilha sua visão sobre a importância de promover um aprendizado significativo e duradouro.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aproximadamente 40% das crianças brasileiras não desenvolvem a proficiência básica de leitura e escrita no prazo esperado até o final do 3º ano do Ensino Fundamental. Esse dado evidencia os desafios que muitas enfrentam durante o processo de alfabetização, refletindo a necessidade de apoio pedagógico individualizado para atender as diferentes velocidades e formas de aprendizado.
Segundo Marilia, o processo de alfabetização não é linear e pode apresentar desafios distintos para cada aluno. “Cada criança tem seu próprio ritmo e estilo de aprendizagem. O que para uma pode ser uma descoberta fácil, para outra pode se transformar em um verdadeiro desafio”, explica. Essa individualidade reforça a necessidade de adaptar as abordagens pedagógicas para atender a cada criança de forma personalizada.
Marilia destaca que antes de aprender a ler e escrever, é necessário que a criança desenvolva habilidades essenciais, como atenção e consciência fonológica, por exemplo. Ela sugere que os pais ofereçam atividades como quebra-cabeças, jogos de construção, músicas, parlendas e outras brincadeiras que estimulem essas habilidades. “Brincar é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Através do brincar, ela aprende a se concentrar, a explorar o mundo e a se relacionar com o outro”, acrescenta.
Para Marilia, é importante evitar materiais descontextualizados, como folhas prontas que apenas reproduzem letras e sílabas sem sentido para a criança. Em vez disso, ela recomenda o uso de materiais que fazem parte do dia a dia, como listas de compras, e aproveitamento de oportunidades cotidianas para introduzir a criança ao mundo letrado. Essas práticas ajudam a despertar a curiosidade e o interesse pela leitura e escrita de forma natural.
Além disso, a psicopedagoga sugere que, em casos de dificuldades persistentes, a avaliação por um especialista é uma opção valiosa. “Identificar questões que possam estar interferindo na aprendizagem, como dificuldades de atenção ou distúrbios de linguagem, é essencial para desenvolver um plano de intervenção eficaz para o desenvolvimento da criança”, observa.
Por fim, Marilia Frassetto reforça que cada criança é única, e respeitar o seu tempo e as suas necessidades é essencial para um aprendizado significativo e duradouro. “A alfabetização deve ser vista como parte de uma jornada de descobertas e de desenvolvimento pessoal, mais do que apenas um objetivo a ser alcançado”, conclui.