Salve, essa coluna tem a grata parceira da jornalista Clarice Tatyer: hoje com Estante Preta
Plínio Camillo* Publicado em 13/02/2024, às 12h00
O livro narra a trajetória de Amani, menino esperto, filho de um soldado e de uma curandeira, que um dia assiste ao ataque da aldeia onde mora e ao rapto de alguns dos habitantes, entre eles sua mãe, levados como escravos por "grupos vindos de longe".
Em As Tranças de Minha Mãe o narrador, o pequeno Akin, uma criança negra, cujo nome significa “guerreiro”, nos leva aos enlaces afetivos ao lado da mãe Najuma e, também, do pai, Amin. Tais tranças vão além da estética visual e nos remetemos enlaces ancestrais, cujas raízes são de origens africanas. Trata-se, portanto, de um livro de extrema relevância, pois, suas páginas podem abrir caminhos para o leitor viajar a um universo inserido em significações e à afirmação identitária. Pode, ainda, levá-lo a desejar rabiscar “dias de sol com aroma de terra molhada só para sentir o calor de seu caminho”.
Ouvidos adultos não resistem a uma boa história. E se ela é contada por uma brilhante narradora de sete anos, então, renda-se à princesa do Daomé, como fez a autora. Entre os heróis de Gabriela, ela é princesa e o irmão de dois anos é um guerreiro porque superou uma doença grave. Pedro se curou porque aprendeu a enfrentar o medo com a ajuda dos ancestrais africanos. Mas essas passagens são só amostras da eloquência de Gabriela, no livro tem mais.
O livro apresenta as carcaterístas do orixá Iansã, da Cultura Iorubá, conhecida como uma guerreira, dona dos ventos e das tempestades.
O garoto Vítor Iori descobre que a vinda dos africanos para o Brasil foi bem diferente da dos imigrantes europeus. Ele aprende com seu avô Zinho a história de seus antepassados, como era a vida no período da escravidão, a origem de seu próprio nome e descobre a importância de preservar as raízes de seu povo. Com a ajuda de sua tia e de seu avô, Vítor apresentará na escola um trabalho que será uma verdadeira aula sobre a riqueza da cultura africana.
Autor: Alberto Rodrigues
Ilustrador: Milton Dias
Editora: Nanyala
Narrativa de Alberto Rodrigues, ilustrada por Milton Dias. A obra abraça a diversidade racial brasileira no universo infantil ao apresentar as indagações da pequena Marry, menina negra que não compreende o porquê de a cor da sua pele ser diferente da cor da pele de sua irmã Miah se elas são filhas do mesmo pai e da mesma mãe. O pai explica à filha sobra as origens da família e compara ambas a duas princesas negras africanas. Feliz com as respostas recebidas do pai, Marry dorme tranquila ao lado de sua irmã Miah.
É uma narrativa infantojuvenil sobre o Bispo do Rosário e sua Jornada do Herói Negro vivendo suas aventuras . A história é contada por meio de parábolas, enigmas que devem ser decifrados pelo leitor. A primeira charada feita pelo herói é:“Qual qual a cor da minha aura?” A obra traz o encontro entre O Bispo do Rosário, Lima Barreto, João Candido e Juliano Moreira que, juntos, combaterão o Monstro Eugênico e suas ideias perversas e eugênicas. A mais poderosa arma é o amor e o talento de cada um: Lima Barreto tem a Literatura. O Bispo, suas obras de arte. João Cândido, seus bordados e Juliano Moreira a sabedoria e sua escuta. E você, leitor, pode se juntar a eles, nesta Jornada de Aventuranças
Em um minúsculo planeta, vive o Pequeno Príncipe Preto. Além dele, existe apenas uma árvore Baobá, sua única companheira. Quando chegam as ventanias, o menino viaja por diferentes planetas, espalhando o amor e a empatia. O texto é originalmente uma peça infantil que já rodou o país inteiro. Agora, Rodrigo França traz essa delicada história no formato de conto, presenteando o jovem leitor com uma narrativa que fala da importância de valorizarmos quem somos e de onde viemos - além de nos mostrar a força de termos laços de carinho e afeto. Afinal, como diz o Pequeno Príncipe Preto, juntos e juntas todos ganhamos.
Quando um velho baobá nativo das savanas da África decide atravessar o oceano Atlântico para encontrar seus parentes em terras brasileiras, somos convidados a acompanhar seu deslocamento numa jornada tecida de encontros e momentos de grande emoção. Entre relatos de luta pela sobrevivência e descaso, mas também de muita solidariedade e perseverança, Velho Baobá deixará uma mensagem de ânimo e esperança durante seu percurso, alegrando-se especialmente com os frutos das novas gerações, destinadas a se transformarem no maior tronco do mundo. Vista por muitos como símbolo de resistência africana no Brasil, essa árvore que pode chegar a viver mais de mil anos é, na presente narrativa, testemunha de tempos imemoriais, assim como um símbolo de conexão entre o mundo sobrenatural e o mundo material e um laço simbólico com o continente africano.
Nessa história, Zacimba Gaba, uma princesa africana que veio escravizada paro Brasil, ajuda seus amigos a fugirem do cativeiro e alcançar a liberdade. Um livro que fala de luta e resistência da população negra.
*Esta coluna Notas de Escurecimento, de Plínio Camillo, é publicada às terças-feiras aqui neste site marianakotscho
Nascido em Ribeirão Preto em 26 de novembro de 1960, reside em SãoPaulo, capital, desde 1984, tendo vivido em Santo André, Piracicaba e Campinas. Escrevinhador. Ator, consultor literário,roteirista, diretor teatral, palestrante,consultor educacional, oficineiro, educador social.
Apresentador do programa do YouTube : Notas de Escurecimento
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