A amamentação também traz benefícios para a mamãe e deve ser estimulada logo após o nascimento do bebê
Redação Publicado em 28/08/2023, às 06h00
Não há dúvidas sobre a importância do aleitamento materno para a saúde do bebê. Dados do Ministério da Saúde comprovam, inclusive, que mais de 820 mil crianças, anualmente, poderiam ser salvas se amamentadas entre 0 a 23 meses de vida.
Porém, o que nem todos sabem é sobre a relevância de amamentar o recém-nascido em sua primeira hora de vida, a golden hour como é conhecida. Relatórios do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o aleitamento materno logo após o parto beneficia não só a saúde do bebê, mas também a da mãe, além de contribuir com o vínculo afetivo entre ambos. “Quando ocorre nas primeiras horas de vida, o aleitamento materno permite melhor adequação do recém-nascido à vida extrauterina, protegendo-o contra a hipoglicemia, facilitando a regulação da temperatura corporal e auxiliando na adaptação cardiopulmonar”, explica o médico Paulo Poggiali, pediatra e neonatologista da Rede Mater Dei de Saúde.
Para a mãe, os benefícios também são claros. “A amamentação estimula a liberação do hormônio ocitocina, especialmente importante no pós-parto porque contribui com a contração uterina, reduzindo riscos de sangramento e hemorragia. Também auxilia nas reduções de sintomas de depressão e estresse fisiológico que podem acometer a puérpera”, afirma Poggiali.
Para além dos benefícios imediatos, esse contato entre mãe e bebê na golden hour, pode ser uma promessa de sucesso para o futuro. “O aleitamento na primeira hora é importante para a continuidade da amamentação após a alta hospitalar. Cumpre papel essencial para estabelecimento de uma pega mamária adequada pelo bebê, tendo inclusive impacto importante na duração da amamentação em termos de meses ou anos de aleitamento materno”, explica o médico.
É indicado exclusivamente o leite materno até os 6 meses de idade. Mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, o ideal é que sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos de idade.
A medida é fundamental para reduzir a desnutrição, responsável por 45% das mortes infantis no mundo, segundo a OMS. Nacionalmente, o Ministério da Saúde segue a recomendação da OMS, com resultados importantes acumulados nas últimas décadas. Em 1986, o percentual de crianças brasileiras com menos de 6 meses alimentadas exclusivamente com leite materno não passava de 3%. Atualmente, a amamentação exclusiva chega aos 46%, próximo à meta estabelecida pela OMS a ser alcançada até 2025. Além disso, seis em cada dez (60%) crianças são amamentadas até completar 2 anos de idade.