A infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues alerta para os principais sintomas da Dengue e quando procurar atendimento médico
Redação* Publicado em 18/11/2023, às 06h00
Dados do Ministério da Saúde apontam que, nos primeiros oito meses de 2023, o Brasil registrou 1.522.338 prováveis casos de dengue, com 946 mortes. Diante desse cenário, o Dia Nacional de Combate à Dengue, em 18 de novembro, tem como objetivo conscientizar a população e o poder público sobre a importância da fiscalização e da atenção quanto aos possíveis criadouros do Aedes Aegypti.
Segundo a infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues, é fundamental eliminar lugares com água armazenada, como vasos de plantas, galões de água, garrafas plásticas, piscinas sem uso ou que estejam sem manutenção, e até mesmo pequenos recipientes, como tampas de garrafas. “Repelentes, inseticidas e o uso de mosquiteiros também são eficientes para proteger bebês, pessoas acamadas ou aqueles que não podem evitar a circulação por lugares que contenham possíveis criadouros”.
A especialista reforça ser imprescindível se prevenir o máximo possível contra os mosquitos, pois todas as faixas etárias estão suscetíveis a contrair não apenas dengue, mas também Zika vírus, febre amarela e febre Chikungunya. “Outro alerta importante é que crianças, idosos acima de 65 anos e indivíduos com doenças pré-existentes estão consideravelmente mais propensos a ter um agravamento do quadro”.
Já o atendimento médico deve sempre ser procurado ao aparecimento de sintomas como febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, dor de cabeça, falta de apetite ou manchas vermelhas pelo corpo. “Lembrando que dores abdominais, vômitos persistentes, sangramento de mucosa, acúmulo de líquidos e letargia ou irritabilidade são sinais graves que devem ser vistos como um aviso para procurar ajuda imediata”, diz a infectologista.
Vacina contra a dengue
No início de 2023, a Anvisa aprovou uma nova vacina contra a dengue, que é destinada a um público mais amplo – pessoas de 4 a 60 anos de idade – e que pode ser aplicada tanto em pessoas que já tiveram dengue, quanto em quem nunca teve contato com a doença. O imunizante busca produzir anticorpos que neutralizem o agente infecioso antes mesmo que ele seja capaz de causar a dengue.
A Qdenga é desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda e já se encontra disponível na rede privada. O Ministério da Saúde estima que a vacina seja disponibilizada no SUS em até um ano e meio.
*Quem é Dra. Ana Rachel de Seni Rodrigues?
A Dra. Ana Rachel de Seni Rodrigues é médica infectologista, mestre em microbiologia e especialista em controle de infecção relacionada à saúde.
Atualmente, atua como diretora técnica de saúde I do Hospital Nestor Goulart Reis, onde também trabalha como médica assistente na Enfermaria de tratamento de Tuberculose Multirresistente, atua também no Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Saúde (SCIRAS) da Maternidade Gota de Leite e Hospital São Francisco de Araraquara e no Ambulatório de Infectologia Geral da Vigilância Epidemiológica de Américo Brasiliense.