Renata Kotscho, médica e colunista do site, responde a perguntas sobre estrias
Renata Kotscho* Publicado em 08/06/2022, às 18h16
A pergunta de hoje é da Isabella, ela tem 31 anos, está grávida da segunda filha e pergunta se tem alguma coisa que pode fazer para prevenir as estrias já que depois da primeira gravidez ela acabou ficando com muitas marcas na região da barriga.
As estrias são um problema bastante comum que atinge cerca de 70% das mulheres e 40% dos homens. Apesar de não causarem nenhum dano à saúde, as estrias comprometem a estética e muitas vezes a auto-estima das pessoas que desenvolvem e por isso é importante saber como prevenir e tratar.
Estrias nada mais são do que uma espécie de cicatriz. Quando a pele é esticada em um período curto de tempo as fibras de colágeno e elastina que suportam a estrutura da pele se rompem, formando a estria.
A mudança rápida de peso (tanto ganho quanto, mais raramente, perda de peso) é a principal causa de estria. Por isso elas são mais comuns durante a gravidez, a puberdade ou após cirurgia de implante de seios. Além da mudança de peso, fatores genéticos também influenciam o aparecimento de estrias. O uso prolongado de corticóides também aumenta a chance de desenvolver o problema uma vez que o corticóide diminui a espessura da pele, deixando-a mais frágil.
O melhor jeito de prevenir estrias é evitando a mudança brusca de peso. Vários estudos com diversos cremes que prometem prevenir estrias já foram feitos com resultados bem pouco animadores. Alguns ingredientes, porém, parecem ter algum efeito na prevenção de estrias, entre eles o mais promissor é a Centella Asiática.
Logo que surgem, as estrias têm aspecto avermelhado, devido a vascularização que se forma no local onde as fibras de colágeno e elastina foram rompidas. Essas estrias são mais fáceis de tratar do que as estrias brancas e os resultados também costumam ser melhores. Por isso, quanto antes o tratamento das estrias for feito, melhor?
As estrias vermelhas podem ser tratadas de várias maneiras, e em geral o que mais funciona é uma combinação de várias estratégias:
Tratamentos tópicos: podem ser usados medicamentos à base de tretinoína (ácido retinóico) combinado com ácido hialurônico e vitamina C.
Lasers vasculares como o NdYag
Microdermoabrasão (também conhecida como peeling de cristal)
Microagulhamento (também conhecido como Dermaroller)
Ultrassom e radiofrequência também podem ser usados no tratamento dessas estrias com o objetivo de estimular a produção de colágeno na pele.
(Dois estudos recentes compararam o uso do laser com o dermaroller no tratamento de estrias. Um concluiu que os dois tinham resultado semelhantes e o outro conclui que os resultados com o laser eram um pouco melhores, mas dado o custo mais baixo e a recuperação mais rápida do dermaroller os dois podem ser igualmente usados no tratamento de estrias vermelhas.)
Depois que as estrias “envelhecem” ficando com o aspecto esbranquiçado é mais difícil tratar, uma vez que a cicatriz já está formada. Os mesmos tratamentos descritos acima podem ser usados, com exceção do laser vascular que é substituído pelo laser ablativo. Infelizmente os resultados do tratamento de estrias brancas não costumam ser muito animadores.
Uma maneira de disfarçar as estrias antigas é usando loções autobronzeadoras. Elas não curam as estrias mas ajudam a melhorar o aspecto. Só não vale esquecer o filtro solar quando for expor a pele ao sol porque como sempre o sol danifica a pele e pode piorar o aspecto das estrias além de poder causar manchas (o risco aumenta ainda mais quando a pessoa está usando ácidos no tratamento).
Como eu disse no começo, estrias podem ser uma questão estética mas não é um problema de saúde. Ter estrias significa que seu corpo passou por mudanças e conseguiu se adaptar. Não tem nada de errado em querer minimizar o aspecto, mas também não é algo que devíamos dar tanta importância. Um corpo que viveu tem marcas, não há motivo para ter vergonha delas.