A médica e colunista Renata Kotscho comenta sobre a doença de pele Rosácea
Renata Kotscho* Publicado em 05/09/2022, às 08h47
Rosácea é uma doença de pele crônica caracterizada por uma vermelhidão no rosto. Essa vermelhidão é resultado de uma inflamação e do “inchaço” dos vasos sanguíneos embaixo da pele.
Rosácea é uma doença que não tem cura, mas isso não significa que não há nada que se possa fazer para diminuir o problema, pelo contrário, quanto antes ela for diagnosticada, melhores serão os resultados.
A rosácea é mais comum em mulheres, mas os homens, quando são afetados, costumam ter uma forma mais grave da doença. Ela é mais comum na chamada “meia idade” entre 35 e 55 anos, mas pode aparecer em qualquer idade, então todo mundo precisa ter cuidado.
Por ter alguns aspectos semelhantes, inflamação e erupções no rosto, muitas vezes a rosácea é confundida com acne. É por isso que quem estava com a pele “boa” e começa a ficar com erupções e aumento da sensibilidade na idade adulta deve procurar um médico que possa avaliar a pele e fazer um diagnóstico preciso.
Essa distinção é importante uma vez que alguns produtos, especialmente os produtos tópicos usados para tratar a acne, como o peróxido de benzoíla, o ácido salicílico e a tretinoína (ou ácido retinóico) podem piorar a rosácea.
A rosácea pode aparecer em diversos graus de gravidade, desde a mais leve, chamada eritematosa caracterizada por uma vermelhidão concentrada nas bochechas, moderada, com erupções parecidas com espinhas e vasos sanguíneos evidentes principalmente em torno do nariz, até casos mais graves, que chegam a causar deformidades no nariz.
A rosácea é uma doença crônica, mas costuma aparecer em “crises” ou seja, com períodos de melhora e piora, dependendo do estilo de vida do paciente. Muitas coisas podem ser “gatilhos” para crises de rosácea, o que varia de pessoa para pessoa: stress emocional, calor e exposição solar, frio e vento, atividade física, alimentos picantes e bebidas alcoólicas são alguns deles. Por isso, é importante que a pessoa que sofre de rosácea mantenha um “diário da pele” para tentar descobrir o que está desencadeando essas crises.
Além de tentar evitar as crises, tem algumas coisas que a gente pode fazer para ajudar a controlar o problema:
Protetor solar: prefira os bloqueadores físicos, a base de óxido de zinco e dióxido de titânio. Esse tipo de protetor solar é mais indicado para peles sensíveis uma vez que os filtros químicos podem ser muito agressivos para quem tem rosácea.
Hidratação: proteja a sua pele com um hidratante indicado para peles sensíveis, ou para bebês, e proteja-se do vento com lenços e cachecóis de tecidos naturais.
Evite colocar a mão no rosto: ficar cutucando e esfregando a pele aumenta a inflamação e piora o problema.
Limpeza: limpe a pele com água morna (evitando temperaturas extremas) e use um sabonete neutro, indicado para peles sensíveis.
Cosméticos: evite produtos que contém álcool, ácidos ou outros ingredientes que possam irritar a sua pele.
Alimentação: procure manter uma dieta saudável, leve, e evite ingredientes muito fortes e picantes (vale a pena manter um diário de alimentação para tentar descobrir se algum alimento está piorando a sua rosácea).
Maquiagem: Procure corretivos com tonalidade levemente esverdeada para balancear a vermelhidão do rosto.
O tratamento da rosácea deve ser feito sob acompanhamento de um médico especializado, em alguns casos bastam mudanças no estilo de vida, em outros são prescritos antibióticos, isotretinoína ou tratamentos a base de laser e luz intensa pulsada para controlar o problema.