Luciana Pavan, nosso colunista, do 90 segundos de finanças, dá as dicas financeiras para começar o ano novo
Luciana Pavan* Publicado em 13/12/2024, às 06h00
Está chegando aquela hora de prometer fazer diferente. A virada vem com muitos sonhos e promessas: sair das dívidas ou começar a investir estão no topo da lista de resoluções de Ano Novo. Esses desejos vêm sempre acompanhados das dúvidas: como podemos fazer para tirar isso do papel? Abaixo, vou compartilhar um mini tutorial que pode ser útil. Vamos lá, mãos à obra.
A primeira etapa é ter consciência financeira. O que é isso? É encarar os fatos e entender qual é a sua real situação. Falando assim, parece fácil, mas existem inúmeras barreiras emocionais que precisamos ultrapassar para entendermos qual é a nossa real situação financeira. Para simplificar, podemos dividir em duas principais situações:
Se alguém está endividado, a primeira informação a termos acesso é: qual é o tamanho da dívida? Muitas vezes, pergunto para as pessoas: se eu te desse 10 mil reais agora, você quitaria todas as suas dívidas? E o mentorado não sabe responder. Porque estamos muito acostumados a contratar empréstimos pensando no valor da parcela somente e não nos atentamos a quais são os juros praticados e qual é o tamanho do saldo devedor total.
Se o indivíduo pretende economizar para começar a investir – leia-se fazer o famoso pé de meia ou reserva de emergência –, é preciso colocar todos (todos mesmo) os seus gastos na ponta do lápis e entender a capacidade de poupança. Ou seja, o quanto se recebe menos o quanto se gasta vai resultar na capacidade de poupança. Quando tivermos essa conta, entenderemos quanto podemos investir por mês. Mesmo se o valor não for muito alto, não é para desanimar. Existem investimentos que podem começar com 30 reais. Sempre vai ser melhor algum montante do que zero.
Além das promessas, há também as famosas “contas de começo de ano”, como, por exemplo, IPTU, IPVA, matrícula de escolas, material didático, uniforme, seguros, entre muitas outras.
Do ponto de vista da Economia Comportamental, o planejamento é muito importante. Não é recomendável sair pagando tudo, no automático – esse cenário é definido por nós, mentores, como Sistema 1. É crucial sentar-se com a família, com o parceiro ou a parceira, e entender tudo que vai precisar ser quitado nos dois primeiros meses do ano. Caso ainda não tenhamos os valores, vamos iniciar com uma estimativa. Com essa lista pronta, analisemos a soma total desses compromissos:
Esse é um bom exercício de planejamento para as contas de começo de ano e já adianto: quanto antes fizermos, melhor vai ser. Recomendo, inclusive, destinar um tempo para levantar todas as informações e se organizar. Se estivermos acompanhados de algum familiar ou mentor, é ainda melhor, pois há sempre variáveis que não levamos em consideração sozinhos.
Por fim, gostaria de deixar uma recomendação para um 2025 diferente: foi realizado um experimento de Economia Comportamental com dois cenários. Um grupo de pessoas deixava para investir no final do mês, com o que sobrava de dinheiro, enquanto outro público aportava no começo do mês, assim que recebia o salário.
Quem tirava o dinheiro da frente no começo do mês investiu bem mais se comparado com quem deixava para o final do mês. Ou seja, dinheiro na mão é vendaval mesmo. Então, para um ciclo distinto, proteja-se de hábitos ruins e de gastos por impulso. Uma dica: crie um pix automático para uma outra conta sua (ou um produto de investimento), com agendamento para o dia seguinte do recebimento do seu salário. Você vai ver que, no final do ano, vai se agradecer por ter feito isso. E um feliz 2025 diferente!
*Luciana Pavan é fundadora e idealizadora do 90 Segundos de Finanças