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Qualificação de professores é o maior desafio das escolas de Ensino Básico

Parceria com instituições de arte para desenvolver projetos pedagógicos é uma das estratégias adotadas para aprimorar formação de professores

Redação* Publicado em 15/03/2024, às 06h00

É importante qualificar professores do Ensino Básico
É importante qualificar professores do Ensino Básico

Qualificar professores do Ensino Básico é o objetivo e também o maior desafio da educação brasileira. Na meta decenal do Plano Nacional de Educação (PNE) traçada em 2014, pelo menos 50% dos docentes da Educação Básica devem ter sua pós-graduação concluída e receber formação continuada na sua área de atuação até 2024. Esse desafio de aprimorar a formação dos professores é constante, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Em estudo publicado em dezembro de 2023 no Caderno de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais, a entidade revela que mais de 40% dos professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e quase um terço (32,4%) dos docentes do Ensino Médio não tinham formação adequada à disciplina que ministravam.

Formação científica e humanística

Visto que o nível de qualificação de professores é determinante na formação dos alunos, a Escola Lourenço Castanho, rede de Educação Básica de São Paulo, lançou este ano um programa de especialização científica e humanística do seu corpo docente, para que eles transmitam os conhecimentos aos alunos de forma prática no projeto “Cidade Como Sala de Aula”.

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O projeto pedagógico foi lançado em janeiro, pouco antes do início do ano letivo da escola no MASP - Museu de Arte de São Paulo - e reuniu 300 educadores, professores e orientadores da escola. Foi o ponto de partida da parceria com o museu, que envolve consulta de professores e alunos ao acervo permanente do MASP nos trabalhos e formações específicas com os especialistas locais.

O projeto “Cidade Como Sala de Aula” consiste em estimular os estudantes a buscarem soluções para as principais questões de São Paulo com base na ciência, criatividade e arte.

“Vamos utilizar os aparelhos sociais da cidade, sua arte e inovações, como exemplos práticos das aulas. A arte, nesse caso, é um elemento estruturante do pensamento, uma lente para se enxergar o mundo e as diversas disciplinas escolares”, detalha o educador e consultor da Lourenço Castanho Alexandre Sayad.

Visitas ao Museu

Ao longo do ano, a escola realizará cerca de 20 visitas com os estudantes. “As criações dos alunos vão explorar os planos de aula previamente criados pelos educadores”, reforça Alexandre.

Com a parceria, a escola reforça a sua proposta pedagógica de formar jovens com conhecimento humanístico e pensamento crítico. “A formação artística e científica, que compõe múltiplos olhares sobre o mundo, é fundamental para que os estudantes compreendam a complexidade das relações humanas, interajam com a cultura digital, desenvolvam valores éticos e estéticos e se expressem de forma ativa e autêntica”, destaca Alexandre.