Entenda como a avaliação diagnóstica pode identificar dificuldades e potencialidades dos alunos no início do ciclo escolar
Vanessa Chagas* Publicado em 10/03/2025, às 06h00
No início do ano, surgem algumas expectativas dos profissionais da educação com relação a seus novos desafios. Afinal, cada começo é único e traz consigo desafios que envolvem o rendimento escolar dos alunos. Após o acolhimento, fundamental para estreitar a relação com o estudante, chega o momento de aprofundar o olhar pedagógico, conhecer as potencialidades da turma e, sobretudo, perceber possíveis lacunas no processo de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, a avaliação diagnóstica tem sido amplamente utilizada por diversas escolas e professores como ferramenta fundamental para detectar o nível de aprendizagem e as principais dificuldades das turmas e dos estudantes, de maneira individualizada. Essa sondagem possibilita que o professor direcione suas estratégias para potencializar o rendimento escolar dos alunos.
Esse tipo de avaliação caracteriza-se como um processo de coleta de dados que serão a base para intervenções pedagógicas. Esse recurso educacional diferencia-se de outros tipos de avaliação, como a formativa, que ocorre ao longo do processo de ensino-aprendizagem, e a somativa, que ressalta os resultados. A avaliação diagnóstica, portanto, é aplicada no início de um ciclo escolar, com o objetivo principal de identificar conhecimentos prévios e dificuldades dos alunos, permitindo ao professor planejar atividades que atendam às reais necessidades da turma.
Para isso, é necessário que os professores se atentem aos alunos. Esse processo inclui os registros de atividades, conversas sobre percepções e dificuldades, além de sondagens e mapas de sondagem. Todos esses elementos podem ser mobilizados, conforme as necessidades identificadas pelo docente.
Na prática, esse teste pode ser aplicado de forma específica, como em Língua Portuguesa, para compreender o nível de leitura, interpretação e compreensão textual de cada aluno. A professora pode propor a leitura de um texto curto e, em seguida, solicitar que os alunos respondam as perguntas sobre o enredo e os personagens. Dessa forma, ela poderá analisar as respostas e a fluência na leitura, identificando pontos fortes e dificuldades. O objetivo não é apontar falhas, mas sim entender as necessidades de cada aluno, transformando essas informações em oportunidades para planejar intervenções pedagógicas.
Essas intervenções podem incluir a organização de grupos de apoio para o desenvolvimento de habilidades específicas, como vocabulário e interpretação de texto, ao longo das semanas seguintes. Também podem ser aplicadas de maneira mais abrangente, cujos resultados permitem ao professor, já no início do ano letivo, identificar as necessidades e dificuldades dos estudantes em relação aos conteúdos e habilidades trabalhados no ano anterior. Com isso, é possível definir estratégias didáticas iniciais de forma mais assertiva.
Essa atividade é válida para a prática pedagógica, pois não apenas mapeia dificuldades, mas também serve como um norteador, trazendo possibilidades de apoio e incentivo aos alunos. A partir dos resultados, é possível criar uma trilha de apoio à aprendizagem de forma personalizada, por meio do Ensino Adaptativo, estruturado por áreas do conhecimento, com desafios e missões baseados em gamificação e desenvolvidos com o apoio da inteligência artificial.
Sendo assim, a avaliação diagnóstica é uma ferramenta fundamental para garantir que cada estudante receba o suporte necessário, respeitando suas especificidades, como ritmo e estilo de aprendizagem. Por ser utilizada no início de um ciclo, também auxilia o professor no monitoramento do progresso dos alunos, o que permite ajustes no currículo sempre que necessário. Dessa forma, contribui significativamente para a melhoria do aprendizado e do rendimento escolar.
*Vanessa Chagas é assessora pedagógica da Amplia Plataforma de Ensino. Pedagoga formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), psicóloga e pós-graduada em psicopedagogia. Possui experiência na área educacional e clínica, atuando principalmente como Psicóloga Escolar, Coordenadora Pedagógica e professora.
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