A exposição Desafio de Carbonia ensina crianças a salvar um planeta em crise climática de forma interativa
Patrícia Acioli* Publicado em 09/08/2025, às 06h00
Há conversas que fazem parte do “manual” da maternidade e da paternidade: explicar como o corpo muda, de onde viemos, o que significa consentimento, bullying e ensinar a lidar com frustrações são apenas alguns exemplos. A lista é longa, dinâmica e faz parte do amor — e da dor — de educar um ser humano para a vida. A ela se soma um tópico específico: o impacto das nossas ações no planeta, uma oportunidade incrível de falar sobre a responsabilidade que temos em relação às nossas decisões e escolhas.
Para além da equação dos gases de efeito estufa, essa conversa é sobre compreender o mundo, seu funcionamento e mudar a lógica de interação com o meio ambiente. Compreender o mundo em que se vive e aprender a cuidar dele é tão essencial quanto saber respeitar o outro. Ser parte! E é exatamente isso que propõe O Desafio de Carbonia, projeto que nasceu da inquietação de transformar a crise climática em uma agenda mais próxima da comunidade — fora das salas de reunião.
Unimos o simples ao genial. A matéria-prima: o conhecimento e a curiosidade para engajar. No fim, a ciência ganha contorno de afeto, e o superpoder da ação está à disposição de todos — democraticamente.
Em cartaz no Museu Catavento, na capital paulista, O Desafio de Carbonia envolve os visitantes em uma missão interativa para salvar um planeta fictício que enfrenta um colapso ambiental. Gratuita, a experiência educativa começa dentro de um domo esférico, com um documentário em uma tela panorâmica que narra a trajetória do uso da energia no planeta e seus impactos climáticos.
Na sequência, todos participam de um jogo coletivo, tornando-se líderes regionais e percebendo que suas decisões individuais têm força para mudar o curso de Carbonia, e, simbolicamente, da Terra. Como alcançar o equilíbrio entre o uso das fontes de recursos naturais e o desenvolvimento humano? Energia, transporte, alimentação e preservação da biodiversidade estão em xeque — assim como a nossa sobrevivência. Essa abordagem participativa transforma o aprendizado em algo vivo, emocional e colaborativo.
A interação não termina no Catavento. Os conteúdos continuam conversando com os participantes por meio de uma plataforma 100% digital — odesafiodecarbonia.com.br/jogo — inspirada em jogos de RPG, repleta de materiais pedagógicos, jogos e uma biblioteca científica. Em tempos de conflito entre tecnologia e ética, é um bálsamo saber as fontes do que consumimos.
Com o Brasil prestes a sediar a COP30, projetos como esse ganham ainda mais relevância. Sorte a nossa! São ótimas oportunidades para levar os temas ao meio do povo e dialogar como sociedade sobre os caminhos que escolhemos seguir — como país e como indivíduos guardiões do planeta. O público-chave de Carbonia são as crianças a partir de 10 anos, mas a mensagem é para todas as gerações. Afinal, se há algo que o passado nos ensina, é que um futuro sustentável exige mais do que foi feito até agora.
Nossa ambição com o projeto Carbonia foi dizer que dá para fazer, que há como escrever um final feliz para essa história. Aqui produzimos caminhões e transporte, mas nosso negócio é muito mais que isso. É sobre gente — gente que habita o planeta Terra e que é ponte para a mudança. Buscar a conexão entre educação e sentimento de pertencimento gera legado. Um belo ato de parceria com o Instituto de Pesquisa da Biodiversidade (IPBio) resultou nesse “Desafio” que agora oferecemos a cada um de nós. Quando nos enxergamos como parte ativa da solução, o aprendizado deixa de ser apenas informação — vira experiência, memória, transformação.
Talvez esse seja o segredo do sucesso da imersão interativa. Coincidência ou não, o Museu Catavento, que abriga “O Desafio de Carbonia”, bateu — no dia 15 de julho de 2025 — o recorde de público de seus 16 anos de funcionamento: 15.299 visitantes em um único dia. Quem sabe, em um futuro não tão distante, serão 15.299 novos guardiões do planeta...
O Desafio de Carbonia fica em cartaz até 31 de agosto de 2025 no Museu Catavento. A entrada é gratuita. Nos vemos lá!
*Patricia Acioli é Head de Comunicação e Sustentabilidade da Scania Latin America
*Edição por Marina Yazbek Dias Peres