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Especialistas alertam para situação de crianças com autismo no RS

É preciso atenção especial às crianças com autismo neste momento no RS, pois situações como essa podem ter sequelas ainda mais impactantes

Redação Publicado em 17/05/2024, às 15h00

Tragédia no RS é traumática - Foto: FSP
Tragédia no RS é traumática - Foto: FSP

A situação vivida pelos habitantes do Rio Grande do Sul nos últimos dias, devido aos eventos climáticos extremos que atingem essa região, têm mobilizado o país. Os brasileiros têm acompanhado, dia a dia, as notícias sobre o tema, sendo que algumas delas vêm chamando a atenção devido a uma questão: o resgate de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Como o TEA é uma condição neurológica que afeta a interação social, a fala e o comportamento dessas pessoas, não só o resgate, como também o acompanhamento após esse evento precisam ser realizados de uma forma diferenciada, isso é o que alerta Maria Célia Delgado de Carvalho, psicanalista e psicóloga na ONG Nosso Olhar, que oferece suporte a pessoas com deficiências intelectuais, como o Autismo.

Maria Célia ressalta alguns dos cuidados especiais que seriam necessários. “A situação ideal é que oferecessem locais próprios para as famílias com crianças especiais e que deixassem disponível contatos de assistência psicológica, para que eles pudessem ser amparados e apoiados no acontecimento de possíveis crises”, diz. A psicóloga também destaca a segurança e a integridade física dos autistas. “Ao mesmo tempo, é preciso pensar que essas pessoas têm uma vulnerabilidade maior e que elas precisam de uma proteção especial contra abusos, que poderiam causar danos irreparáveis”, afirma. 

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Pensando exatamente nessa questão, alguns abrigos específicos para esse público já estão sendo abertos nas regiões afetadas, mas ainda é preciso atenção com o assunto. Thaissa Alvarenga, mãe atípica e fundadora da ONG Nosso Olhar, ressalta que é preciso também um outro tipo de apoio. “Além do acompanhamento de psicólogas e terapeutas, é interessante também oferecer kits que possam ajudar na integração e desenvolvimento deles, até para que essas pessoas, que precisam de estímulo constante, não fiquem muito tempo desamparadas”, sugere. 

Com o objetivo de evitar prejuízos ao desenvolvimento desse público específico, a fundadora da ONG conta que, em parceria com o Instituto Pertence, a Nosso Olhar está fazendo atendimento online aos Autistas que já estão nos abrigos específicos para pessoas com TEA.

Sobre a ONG Nosso Olhar

A ONG foi fundada em 2018, em São Paulo, pela publicitária Thaissa Alvarenga, que tem 3 filhos: Chico, Maria Clara e Maria Antonia, sendo que Chico, hoje com 10 anos, nasceu com Síndrome de Down. A Associação tem como principais braços: a educação para incluir, a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e na educação. Atualmente, o espaço oferece Psicoterapia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia, apoio pedagógico, Musicoterapia, Jiu-jitsu e psicomotricidade, integração sensorial e diversas vivências culturais para pessoas com deficiências. Além disso, a ONG realiza anualmente o Fórum Amigos da Inclusão, que tem como objetivo debater tendências e ideias inovadoras relacionadas a esse público, além de compartilhar experiências, gerando, assim, importantes transformações sociais.