Descubra como o consumo consciente pode impactar positivamente suas finanças e o meio ambiente
Luciana Pavan* Publicado em 05/06/2025, às 16h00
Não existe uma vida sem, necessariamente, consumo. Mas alto lá! Existe, sim, um jeito mais inteligente, sustentável e responsável de consumir. E essa mudança começa onde muita gente nem imagina: no planejamento financeiro.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, convido leitores da coluna a refletirem sobre o impacto das nossas escolhas de consumo - não só no planeta, mas também no nosso bolso. Afinal, sustentabilidade e finanças pessoais não são assuntos separados. Ao contrário: caminham lado a lado quando falamos de consumo consciente.
O que é consumo consciente, afinal?
É consumir com responsabilidade, sem excessos nem desperdícios. Significa refletir antes de comprar, priorizar produtos duráveis, apoiar empresas comprometidas com práticas sustentáveis e evitar o descarte precoce. É também planejar as compras, comparar preços, evitar dívidas por impulso e dar um novo destino ao que não usamos mais - seja doando, vendendo ou reaproveitando.
Eu mesma já transformei essa mentalidade em renda: desde 2016, vendendo itens usados em sites de desapego. Não é lenda: já fiz mais de R$ 30 mil. Isso é sustentabilidade na prática: reduzi descarte, gerei renda extra e estendi a vida útil de muitos produtos.
Sustentabilidade é caro?
Um dos grandes mitos sobre o consumo consciente é acreditar que ele pesa no orçamento. Existem duas possibilidades: a confirmação dessa ideia e também o seu oposto. Cozinhar mais em casa, reduzir o desperdício de alimentos, trocar copos descartáveis por garrafas reutilizáveis, consertar em vez de jogar fora, diminuir o tempo de banho e levar lista ao mercado são práticas que fazem bem ao planeta - e, não por acaso, também à sua conta bancária.
Como identificar o que está pesando no bolso e no planeta?
Compras por impulso, motivadas por redes sociais, sem planejamento e com parcelamentos longos e juros altos, são armadilhas comuns. Da mesma forma, o uso excessivo de plásticos, o descarte inadequado de eletrônicos e roupas e o desperdício de energia e água são comportamentos que afetam não só o meio ambiente, mas também as finanças da família.
Educação financeira também é sustentabilidade
Quando a gente fala de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como o ODS 1 (Erradicação da pobreza) ou o ODS 8 (Trabalho decente e crescimento econômico), estamos falando diretamente de educação financeira. Ao aprender a administrar a renda, planejar gastos e fazer escolhas conscientes, as pessoas saem da vulnerabilidade e ganham autonomia.
Planejar para consumir melhor
Planejamento financeiro é a base de tudo. Ele ajuda a definir limites de gastos, evitar compras desnecessárias e reduzir o desperdício. Um exemplo simples? Fazer compras com uma lista. Parece pequeno, mas evita o acúmulo de produtos repetidos ou esquecidos no fundo da despensa e que acabam no lixo.
Dá pra envolver toda a família, inclusive as crianças
Crianças aprendem pelo exemplo. Por isso, é importante mostrar, na prática, o valor do dinheiro e o impacto das escolhas. Envolver os filhos na elaboração da lista do mercado, dar mesadas com objetivos definidos, criar desafios (como reduzir o uso de plástico por uma semana) e explicar de onde vêm os produtos e para onde vão os resíduos são formas de ensinar consciência desde cedo.
Pequenas mudanças, grandes resultados
Trocar lâmpadas por LEDs, evitar o desperdício de água, compartilhar caronas, reutilizar embalagens e participar de desafios como ficar seis meses sem comprar roupas são atitudes possíveis e acessíveis. E, no longo prazo, fazem toda a diferença.
Neste Dia do Meio Ambiente, a mensagem que fica é: o consumo consciente não é sobre abrir mão do que importa, e sim sobre escolher com mais sabedoria. É bom para o planeta, melhor ainda para todos nós.
*Luciana Pavan é idealizadora e fundadora do 90 Segundos de Finanças