Mariana Kotscho
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Dia do combate ao Bullying

Especialistas falam como ajudar as crianças a combater esse problema. Lembrando que bullying é crime e o combate ao ato é necessário

Redação Publicado em 20/10/2024, às 06h00

Bullying é crime
Bullying é crime

No Dia Mundial do Combate ao Bullying, 20 de outubro, é essencial discutir e conscientizar sobre essa questão que afeta uma parte significativa da população. Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23% dos brasileiros declararam ter sofrido bullying em algum momento de suas vidas.

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade King’s College London, crianças que sofrem bullying repetidamente têm maior risco de desenvolver problemas de saúde mental a longo prazo. O estudo mostra que o bullying altera a estrutura do cérebro, especialmente na região do córtex cerebral, que é responsável por funções como memória, atenção e controle emocional. Além disso, a pesquisa aponta que vítimas de bullying podem apresentar um risco 40% maior de desenvolver transtornos como depressão e ansiedade na vida adulta.

“Os danos do bullying não se limitam ao presente”, afirma a pediatra Flávia de Freitas Ribeiro, especialista em psiquiatria infantil. “Essas alterações no cérebro podem resultar em dificuldades emocionais e de socialização ao longo de toda a vida, reforçando a importância de uma intervenção precoce.”

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Ao perceber que uma criança está sofrendo bullying, muitos pais podem se sentir impotentes ou não saber como agir de forma efetiva. De acordo com a Dra. Flávia, o primeiro passo é criar um ambiente seguro e aberto em casa, onde a criança sinta que pode compartilhar suas experiências sem medo de represálias ou julgamentos.

“A escuta ativa é fundamental. Muitas crianças podem não falar abertamente sobre o bullying por vergonha ou medo de piorar a situação. Por isso, os pais precisam ficar atentos a sinais indiretos”, orienta a pediatra.

Segundo a psicóloga clínica e escolar da Legacy School, Camila da Silva Conceição, para combater o bullying nas escolas é preciso promover o respeito e empatia: “Ensine as crianças a respeitarem as diferenças e a se colocarem no lugar dos outros. A empatia é uma ferramenta poderosa contra o bullying. Incentive os alunos a falarem sobre suas experiências e sentimentos. Uma linha de comunicação aberta entre pais, alunos e professores é essencial para identificar e resolver problemas de bullying.  Realize palestras e workshops para educar a comunidade escolar sobre o que é bullying, suas consequências e como agir. Professores e funcionários devem estar atentos aos sinais de bullying durante as atividades escolares e nos intervalos. Estabeleça uma política clara contra o bullying, com consequências definidas e consistentes para os infratores".

Teresa Daltro, pedagoga e diretora da Rede Daltro, explica que o bullying é um problema sério que afeta o bem-estar e o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Envolve comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, que podem causar danos físicos, emocionais e psicológicos às vítimas. A especialista oferece orientações sobre como identificar o problema:

  • Comportamentos repetitivos: Agressões físicas, verbais ou psicológicas que se repetem ao longo do tempo.
  • Intenção de causar dano: Ações deliberadas com o objetivo de machucar ou intimidar a vítima.
  • Desigualdade de poder: Agressor e vítima estão em posições desiguais, seja por força física, status social ou outros fatores.
  • Mudanças no comportamento da vítima: Observação de sinais de ansiedade, depressão, evasão escolar, queda no desempenho acadêmico, entre outros.