A otorrinolaringologista Dra. Viviane Martori Pandini orienta como realizar o procedimento de lavagem nasal de forma adequada
Redação Publicado em 18/03/2023, às 06h00
O tempo seco e as quedas nas temperaturas são as principais características do outono e com ele também surgem diversos desconfortos físicos, como o ressecamento das mucosas respiratórias, um problema que facilita o surgimento de sintomas e doenças no trato respiratório. A otorrinolaringologista Dra. Viviane Martori Pandini indica a lavagem nasal com soro fisiológico como uma prática fundamental para reduzir os efeitos da baixa umidade, especialmente nas crianças.
“Trata-se de uma limpeza que pode ser feita desde o nascimento, uma vez ao dia é o suficiente para prevenção de doenças respiratórias. Porém, é imprescindível que os pais ou responsáveis também tomem cuidado com a forma que realizam a lavagem. A posição de aplicação do soro, a pressão ou mesmo o volume de jato inadequados podem causar infecções no ouvido, as famosas otites", explica a especialista.
A otorrinolaringologista explica ainda que a lavagem pode aliviar sintomas de gripe e resfriado, pois auxilia na diminuição da inflamação das vias áreas e da formação do muco responsável pela congestão nasal. “Caso o nariz esteja sendo higienizado diariamente, mas as crises alérgicas e desconfortos nasais persistirem, o mais indicado é procurar atendimento médico a fim de entender o que está acontecendo.”
Cautela e atenção
Dra. Viviane alerta que um dos aspectos mais importantes da limpeza nasal inclui a promoção de um ambiente acolhedor através de medidas que possam conquistar a cooperação da criança. “Iniciando-se pelo entendimento dos pais e dos pequenos sobre os principais benefícios proporcionados pela lavagem, que pode ser executada através de diversos dispositivos com baixa ou alta pressão.”
Assim, para qualquer meio utilizado, a orientação é que se incline ligeiramente o corpo para frente a fim de facilitar a saída da solução em direção à pia. “Também é imprescindível garantir o vedamento completo do dispositivo na narina, mas sem introduzi-lo em direção ao septo nasal. Independente do instrumento utilizado, a pressão de introdução da solução deve ser sempre suave e caso haja desconforto, é preciso interromper o procedimento imediatamente e revisar a técnica de lavagem.”
Recomendações por idade
A especialista orienta que a lavagem nasal em crianças de 0 a 6 meses seja realizada com solução salina isotônica em dispositivos como seringa, conta-gotas, spray de jato único e spray de jato contínuo, especialmente nos casos em que houver rinite do lactente, infecções virais e perinatais ou malformações congênitas.
Já as crianças de 6 meses a 2 anos podem realizar a limpeza com solução salina 0,9% em dispositivos como seringa e spray nasal de jato contínuo, principalmente nos quadros de rinite, rinossinusite aguda (viral ou bacteriana) ou adenoidite; enquanto aqueles entre 2 e 6 anos possuem indicações para os mesmos quadros, além da possibilidade de limpeza com garrafinha.
A partir dos 7 anos, Dra. Viviane comenta já ser possível realizar a lavagem nasal com solução salina 0,9% por conta própria, seja com seringa, jato contínuo ou garrafinha, preferencialmente sob supervisão de algum adulto. “Lembrando que embora se trate de um tratamento de baixo risco e com poucos efeitos colaterais, é essencial que todos os pacientes tenham sua anatomia nasal avaliada antes de realizar o procedimento, já que alterações anatômicas podem dificultar o processo de limpeza.”
No que diz respeito aos cuidados após a lavagem, a especialista orienta que os dispositivos sejam devidamente higienizados. “O ideal é limpar o bico dos itens a cada uso, além higienizar os reservatórios internos com água corrente e sabão neutro pelo menos uma vez por dia, mantendo os dispositivos armazenados em local seco e limpo. Os produtos devem ainda ser substituídos periodicamente, a cada 3 meses.”