O relacionamento de famosos terminando aos montes não é novidade; a novidade agora é levar isso a público e expor os motivos do fim
Caroline Oehlerick Serbaro* Publicado em 19/10/2023, às 06h00
A crescente presença das redes sociais, a cultura da celebridade e o apetite público por informações sobre a vida pessoal dos famosos levantam questões éticas, legais e psicológicas.
Embora a exposição da vida íntima de pessoas públicas possa gerar curiosidade, é importante considerar os limites da privacidade e o impacto negativo que isso pode ter nas vidas das pessoas envolvidas. Além disso, essa curiosidade que parece inofensiva, muitas vezes ultrapassam os limites da intimidade e o respeito pelas pessoas.
Recentemente fomos bombardeados com matérias sobre o fim do relacionamento de Luísa Sonza e Chico Moedas. Segundo Luísa, ela foi traída no banheiro de uma balada por seu namorado, e isso teria acabado com seu relacionamento. A repercussão foi ainda maior, nesse caso, por causa da música Chico que Luísa fez para homenagear seu parceiro poucos dias antes da traição. E o que parecia uma prova de amor, não acabou com o final feliz.
É indiscutível que a infidelidade é uma quebra de lealdade e que trair não é uma atitude madura. Eu e o Afonso Paciléo falamos isso diariamente em nosso projeto @divorciandos e entendemos que reiterar informações uteis sobre relacionamento e divórcio é um serviço de utilidade pública. Mas diante desse caso, fizemos a seguinte reflexão:
Uma indenização seria provida se pleiteada por Chico em virtude de toda exposição?
Em primeiro lugar, não estamos aqui para julgar ninguém, queremos apenas promover reflexão acerca do comportamento humano.
Do ponto de vista psicológico, os danos causados pela invasão de privacidade, perseguição e dano à reputação, podem trazer impactos na saúde mental de qualquer pessoa. Por isso, a busca por direitos de indenização pode ser uma opção viável em certos casos, mas isso depende das leis e das circunstâncias específicas de cada caso.
Contudo, há uma lei que rege a todos nós de maneira inexorável: A lei de causa e efeito. Isso é uma lei que não tem cunho religioso, mas uma lei inerente à natureza. Toda ação tem uma reação e toda causa tem um efeito.
Nesse sentido, acreditamos ser necessário consciência antes de agir, consciência dos motivos pelos quais agimos e consciência acerca das leis da existência. Fazer o bem e tentar não fazer mal para os outros, já é um com começo. Quando somos leais e honramos nossos compromissos e princípios, beneficiamos a nós mesmos em primeiro lugar.
Se ao longo do caminho mudarmos de ideia, não há problema algum, desde que seja conversado com a outra parte e que primeiro o ciclo seja encerrado. Trair não é uma atitude bacana. Expor o outro, também não. Tentar uma indenização amenizaria os danos, mas não resolve o conflito e a decepção entre as partes.
O caso de Luísa e Chico nos lembra que independente do que nos aconteça, devemos sempre ter cuidado ao adentrar na vida das pessoas, lembrar que nossas atitudes tem consequências e que o círculo vicioso dos nossos erros precisa ser substituído pelo círculo virtuoso dos valores como amor, respeito e empatia.
*Caroline Oehlerick Serbaro é Advogada especialista em Direito de Família Sucessões com ênfase Interdisciplinar em Psicanálise e Solução de Conflitos, pós-graduada em Mediação, Conciliação e Justiça Restaurativa, estudante de Filosofia e Psicanálise, Head Direito de Família no escritório Afonso Paciléo Sociedade de Advogados e Co-Criadora do Projeto @divorciandos