A caminhada pelo fim da violência contra mulheres e meninas, organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, acontece domingo no Brasil e fora do país
Redação Publicado em 29/11/2024, às 08h00
Em sua 7ª. edição, a Caminhada pelo Fim da Violência contra mulheres e Meninas, organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, ocorre no dia 01 de dezembro, em várias cidades no Brasil e no exterior. Em São Paulo, a concentração será na Av. Paulista (altura do número 2424), a partir das 9h, com a presença de representantes de órgãos que atuam na defesa da mulher.
A violência de gênero é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma pandemia global, cujas estatísticas são alarmantes. Segundo relatório da instituição, mais de 81 mil mulheres foram assassinadas no mundo, em 2021, o que equivale a 5 mortes por hora. Desse total, 56% foram mortas pelos seus parceiros ou companheiros.
Essa realidade também se reflete no Brasil, onde uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, três são vítimas de feminicídio por dia, e 26 sofrem agressões por hora, segundo informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Dados do mesmo Fórum, divulgados no início de novembro, apontam que, apenas no primeiro semestre deste ano, houve um aumento de 2,6% nos casos de feminicídio no país, num comparativo ao mesmo período do ano passado. Os casos de estupros subiram 14,9%, sendo que, destes, 70% tiveram meninas de até 13 anos como vítimas. Outro dado que merece destaque é que 61,1% das mulheres vítimas de feminicídio são mulheres negras, conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023.
Para o Grupo Mulheres do Brasil, esse é um problema grave que afeta toda a sociedade, e por isso, faz um alerta para essa temática global, convocando a população a participar da 7ª. Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, que acontece no dia 1º. dezembro, em várias cidades do país e no exterior. O objetivo é que a sociedade se una a essa causa.
Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, ressalta que não é possível assistir passivamente a casos de violência contra as mulheres, pois é um problema que afeta a todos. “Nos engajamos fortemente nesta causa global, que diz respeito a todos nós, pois não podemos mais aceitar que uma mulher passe por uma situação de violência simplesmente pela sua condição de gênero. Por isso, já estamos na sétima edição da nossa Caminhada anual que visa chamar a atenção da sociedade civil para a nossa luta pela erradicação de toda forma de violência contra mulheres e meninas”, afirma Luiza Helena.
Ao todo, quase 90 cidades no Brasil e no exterior devem participar desta grande mobilização. Em São Paulo, a caminhada sairá da Av. Paulista, na altura do número 2424, a partir das 10h, começando a concentração às 9h, e segue até a altura da sede da Fiesp.
O formato da caminhada conta com diversas alas concentrando instituições, entidades e coletivos, inclusive de organizações compostas por homens que também se engajaram na defesa pela eliminação da violência contra as mulheres. Participarão também personalidades importantes e ativistas pela causa, como a modelo Luiza Brunet e a empresária Luiza Helena Trajano. A expectativa da organização é mobilizar mais de cinco mil pessoas para o dia.
De acordo com Lilian Leandro, diretora de Expansão do Grupo Mulheres do Brasil, é importante que as instituições e empresas estejam engajadas nesta temática. “Estamos com uma adesão diversa para esse ‘basta’, no próximo dia primeiro de dezembro. Isso muito nos anima, pois falamos de um problema que impacta a todos e, portanto, cada um de nós precisa fazer a sua parte”, diz Lilian Leandro.
Segundo Elizabete Scheibmayr, uma das líderes do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher, somente com a participação da sociedade é possível exigir políticas públicas efetivas para o combate à violência. “As estatísticas da violência contra a mulher ainda são estarrecedoras e não podemos nos silenciar diante disso. As mulheres em situação de violência precisam saber que não estão sozinhas e é por elas que estamos somando nossas vozes para pedir um basta”, ressalta a líder.
Nesta edição, a caminhada em São Paulo conta com o patrocínio nas modalidades Master, do Magalu e Luiza Labs, Ouro, da Vibra, e Prata, da Innocean, além do apoio de diversas outras empresas e instituições.
Data: dia 1º de dezembro
Horário: concentração a partir das 9h
Local: Av. Paulista, na altura do número, 2424, seguindo até a sede da Fiesp
Lei que aumenta a pena do feminicídio entra em vigor
Quando o assunto é violência contra meninas e mulheres a educação antissexista e antirracista é o caminho
PL 1904: vamos responder à violência com inteligência
Caso Ana Hickmann e a Violência Processual de Gênero
Entenda de que forma a alienação parental se enquadra como violência doméstica