Especialista em tratamento de aneurisma cerebral por técnica não invasiva, Daniel Abud explica que é possível prevenir AVC hemorrágico
Redação Publicado em 20/08/2022, às 06h00
Silencioso, sem grandes alardes, mas quando resolve aparecer costuma resultar em grandes danos. O aneurisma cerebral é considerado uma doença grave, pois até 45% dos pacientes não sobrevivem ao primeiro episódio de sangramento, sendo que, dos sobreviventes, mais da metade permanece com graves sequelas que comprometem a qualidade de vida.
Doutor e Livre Docente pela Universidade de São Paulo, Daniel Abud tem como uma das missões ensinar médicos e alertar à população que é possível o tratamento pouco invasivo do aneurisma cerebral e, assim, prevenir o Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, conhecido popularmente como derrame.
De acordo com ele, o aneurisma cerebral é mais comum a partir dos 40 anos de idade, e fica mais frequente com o aumento da idade, afetando mais as mulheres entre 40 e 60 anos. Em muitos casos, o aneurisma é descoberto por acaso, durante a investigação de alguma queixa não relacionada, como por exemplo a dor de cabeça ou tontura.
Não é porque identificou um aneurisma, que é como uma pequena bolha que se forma na parede de uma artéria, que é necessário se preocupar. Fundador e Coordenador da Neocure, grupo de médicos Neurorradiologia Terapêutica e Radiologia Intervencionista, Abud explica que nem todos os pacientes com aneurismas precisam de tratamento definitivo, sendo possível realizar o acompanhamento e monitoramento em muitos casos.
A avaliação com o especialista é fundamental. É nela que serão levantados os fatores de risco como tamanho, localização e fatores familiares que podem contribuir com a decisão em realizar o tratamento definitivo.
Quanto a pequena bolha se rompe, ocorre sangramento cerebral, conhecido como AVC hemorrágico ou derrame. Essa situação necessita de cuidado imediato, e deve ser suspeitada quando surgem de forma abrupta algum dos sintomas:
- Evite o tabagismo e controle a pressão arterial.
- Tenha uma vida saudável, com a prática de exercícios e busque uma alimentação equilibrada.
- Mantenha seus exames em dia, principalmente se tem pressão alta.
“Hoje, a medicina e a ciência caminham juntas para promover qualidade de vida e cuidar dos pacientes antes mesmo que surjam problemas definitivos”, explica o médico