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"Covid longa" provoca variedade de sintomas até meses depois da infecção pela doença

O pneumologista Dr. Flávio Arbex alerta para as principais reações desenvolvidas durante a "covid longa" e a importância de procurar atendimento médico

Redação Publicado em 13/08/2022, às 06h00

A covid longa é a persistência dos sintomas do covid-19 após o tempo comum da doença
A covid longa é a persistência dos sintomas do covid-19 após o tempo comum da doença

​Com mais de dois anos desde o início da pandemia de Covid-19, a comunidade médica e científica de todo o mundo ainda enfrenta diversos desafios relacionados às consequências provocadas pela doença. Segundo o pneumologista Dr. Flávio Arbex, a “covid longa” é um desses problemas que desperta questionamentos diariamente, pois resulta em uma persistência dos sintomas decorrentes da contaminação pelo coronavírus.


​Qualquer pessoa que já apresentou um teste PCR positivo para Covid pode sofrer com as sequelas do vírus, porém, a dificuldade com a covid longa é que ao invés dos sintomas que duram alguns dias ou semanas, o paciente pode precisar lidar com a doença por vários meses, com alguns casos durando até mesmo cerca de um ano”, explica Arbex.


​O especialista também alerta que além de fadiga, tosse e dificuldade para respirar, a maioria dos pacientes tendem a desenvolver reações, até então, menos comuns, à infecção pelo vírus. “Casos de distorção de olfato e paladar, febre e dores no peito são alguns exemplos, embora diversos estudos venham indicando que alguns pacientes também têm sofrido com quedas de cabelo, insônia, distúrbios cardiovasculares e disfunções sexuais.”

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Caracterização

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para que a doença seja caracterizada como “Covid Longa” é preciso que haja sintomas por ao menos 12 semanas, ou seja, três meses. Já um novo estudo britânico, ainda não revisado por pares, publicado neste início de agosto, também demonstra que a caracterização do coronavírus não deve ser vista como um problema homogêneo, pois não se manifesta igualmente entre os pacientes. “Portanto, o tratamento deve ser individualizado”, orienta Arbex.


​Dessa forma, a publicação enquadrou os relatos dos 1.459 indivíduos com o problema em três principais categorias. A primeira, ligada aos sintomas neurológicos, a segunda aos respiratórios, e a terceira diz respeito aos indivíduos com as demais queixas. Dr. Flávio explica que esse tipo de divisão auxilia consideravelmente no diagnostico do quadro e no tratamento de resposta à síndrome.

Categoria 1 – Engloba sintomas como fadiga; névoa mental; dores de cabeça, dificuldades de concentração; perda de memória; entre outros. Foi mais comum entre pacientes infectados pela Alfa e Delta.
Categoria 2 – Engloba sintomas como falta de ar, tosse contínua e dores no peito. Mais presente durante o início da pandemia, quando havia muitas pessoas não vacinadas.
Categoria 3 – Demais sintomas persistentes, como palpitações no coração, dores musculares e alterações na pele e no cabelo.

​Outro aspecto de atenção, apontado dessa vez pela Fiocruz Minas, diz que pessoas portadoras de hipertensão arterial crônica, diabetes, cardiopatias, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica, ou que enfrentem problemas de alcoolismo e tabagismo podem desencadear uma infecção aguda mais grave da Covid-19, o que aumenta consideravelmente as chances de covid Longa.


​Diante desse cenário, o Dr. Flávio Arbex orienta que a população esteja atenta a todos os sintomas possíveis da doença e, ao notar quaisquer alterações que possam indicar a presença do coronavírus ou consequências de “covid longa”, procurem atendimento médico. “Lembrando que além da população adulta, crianças e adolescentes, mesmo aqueles sem condições médicas crônicas ou que experimentaram sintomas leves durante a fase aguda da doença, podem desenvolver alguma síndrome de pós-covid.”