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Outubro Rosa: prevenção e diagnóstico precoce são importantes para combater o câncer de mama

O oncologista Ludsclay Cação alerta sobre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama

Redação Publicado em 01/10/2022, às 06h00

Arte do site do Ministério da Saúde
Arte do site do Ministério da Saúde

No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional de Câncer - INCA.  Em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença (INCA, 2020). E apesar da maior probabilidade de atingir mulheres acima dos 50 anos, um dado da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) chama a atenção: o aumento da incidência de câncer de mama entre mulheres mais jovens (antes dos 35 anos).

A idade acima de 50 anos, período de início da menopausa, pode ser um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, mas não é o único. História genética e familiar de parentes de primeiro grau positiva e outros como obesidade, hábitos alimentares inadequados, uso crônico de anticoncepcionais, sedentarismo, tabagismo, etilismo e sobrepeso, também são fatores de alta importância neste contexto.

“Portanto, a adoção de hábitos alimentares saudáveis, composto por estilo nutricional de caráter anti-inflamatório, uma adequada suplementação de minerais, vitaminas e antioxidantes quando necessário, evitar uso de hormônios sintéticos como forma de contracepção, incluir a realização de atividade física regular no cotidiano, evitar excesso de fumo e álcool, são atitudes possíveis a serem adotadas com intenção de prevenção ao câncer de mama”, afirma Dr. Ludsclay Cação, médico oncologista do Instituto Avantgarde, incluindo ainda, quando necessário, a realização de exames de rastreamento genético para mutações específicas de genes relacionados à formação tumoral.

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Agora, quando se fala de medidas adotadas para a detecção do câncer de mama o mais precocemente possível, o oncologista destaca a consulta de rotina com ginecologista para coleta de história clínica em busca de sinais e sintomas relacionados à doença em questão, como dores na mama, redução do apetite, perda de peso entre outras; realização de exame físico detalhado buscando percepção de nódulos nas mamas e axilas, dor à palpação das mamas, saída de secreção à manipulação dos mamilos entre outros aspectos.

Além da consulta de rotina incluindo história clínica e exame físico detalhado, devem-se também ser solicitados exames de imagem buscando identificação de alterações estruturais nas mamas como nódulos, calcificações, linfonodos locais por exemplo. Todas estas medidas buscam diagnosticar precocemente a doença já instalada para que possa ser proposto o tratamento menos agressivo e mutilador possível.

“O diagnóstico precoce é extremamente importante, uma vez que, quanto mais precoce for feito, maior é a probabilidade de cura da paciente, com possível redução dos efeitos adversos, uma vez que podemos instituir tratamentos menos agressivos e menos mutiladores para estas pacientes”, completa Dr. Ludsclay Cação.

E para quem já teve casos de câncer na família, em parentes de primeiro grau, o fator genético primário e isolado, ou seja, aquelas alterações que já nascemos com elas, corresponde a uma porcentagem não tão expressiva como fator desencadeante do câncer de uma forma geral. Porém, as alterações genéticas causadas ao longo da vida por exposição a fatores externos como maus hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo, etilismo entre outros, são sim, extremamente importantes de serem acompanhados, corrigidos e revertidos. “Ou seja, os fatores genéticos devem sim ser avaliados, porém, não com mais ou menos importância que os fatores sociais e comportamentais que envolvem a vida e o dia a dia das pacientes. Até por esse motivo percebemos hoje um leve aumento de casos em pacientes com idade abaixo de 35 anos”.

Dr. Ludsclay finaliza ressaltando que não só relacionado ao câncer de mama, mas sim a todos os tipos de câncer, deve-se lembrar que se trata de uma doença de caráter crônico e inflamatório, de influência multifatorial, que deve ter o seu seguimento de cunho preventivo, também acompanhado por uma equipe multifatorial capacitada para tal, composto por várias especialidades da área da saúde, como: médico, nutricionista, psicólogo, terapeuta, educador físico entre outros.