Especialista alerta para o diagnóstico precoce do câncer de intestino
Redação Publicado em 01/07/2024, às 06h00
Segundo dados, foram notificadas 657.183 hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do câncer do intestino, entre 2012 e 2021, com grandes impactos para milhares de famílias brasileiras. No ano de 2020, 20.245 pessoas faleceram em decorrência desta enfermidade no Brasil.
Atualmente, os tumores de intestino, também conhecidos como colorretais, ocupam a terceira posição entre os tipos mais frequentes de câncer no Brasil, sendo as maiores taxas observadas na região Sudeste, tanto em homens como em mulheres (INCA, 2023).
Segundo a médica coloproctologista, Maruska Dib iamut, o aumento considerável na prevalência de novos casos se dá, principalmente, pelos fatores de risco adquiridos como o consumo de alimentos ultraprocessados e a baixa ingestão de fibras (legumes, verduras e frutas), sedentarismo, obesidade e o tabagismo. No entanto, condições genéticas e história familiar de câncer, também fazem parte dos fatores de risco para esta neoplasia.
O câncer colorretal, constituído pelo intestino grosso e reto, costumava ser considerado um câncer que acometia pessoas com 60 anos ou mais, como aconteceu com rei do futebol, Pelé. No entanto, tem se tornado cada vez mais comum em adultos jovens, os quais muitas vezes não levam alguns sintomas em consideração, não procurando ajuda médica e assim atrasando o diagnóstico. Famosos como a cantora Preta Gil e o ator Chadwick Boseman, mais conhecido como o Pantera Negra, são exemplos de pessoas que apresentaram a doença antes dos 50 anos.
A médica explica que o diagnóstico do câncer de intestino é feito a partir da coleta de informações como os sinais e sintomas, histórico familiar de hábitos de vida, exame físico, o que inclui o exame proctológico, como a anuscopia e a retossigmoidoscopia; exames de imagem, como tomografia computadorizada e a colonoscopia.
“A colonoscopia é considerada padrão-ouro pois além de identificar sob visão direta e biopsiar lesões pré-cancerígenas, também conhecidas como pólipos, e cancerígenas, ela também permite a retirada imediata destes pólipos evitando sua progressão para o câncer. Ou seja, no mesmo exame pode-se diagnosticar, biopsiar e em algumas situações, tratar”, explica.
Segundo a especialista Maruska iamut, o exame de sangue oculto nas fezes não é a melhor opção para diagnosticar câncer, uma vez que qualquer presença de lesão em canal anal ou preparo inadequado do exame, como alguns o consumo de alguns alimentos antes deste exame, podem interferir no resultado. “Então, caso o seu exame de sangue oculto nas fezes for positivo, não se desespere. Procure um especialista”, enfatiza Maruska Iamut.
Pelo fato de o intestino grosso ser um órgão bastante flexível e oco, os primeiros sintomas podem levar anos para se apresentar e a única maneira de identificar a presença de lesões é buscando um médico coloproctologista para que assim possa dar inicio aos exames de prevenção.