Mariana Kotscho
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Atenção aos sinais é determinante para diagnosticar precocemente o câncer na infância

Diagnosticar o câncer mais cedo possível ampliam as chances de cura em crianças e adolescentes

Redação* Publicado em 13/09/2023, às 06h00

É importante ouvir as possíveis queixas de forma atenta, identificar primeiros sintomas e consultar o profissional de saúde
É importante ouvir as possíveis queixas de forma atenta, identificar primeiros sintomas e consultar o profissional de saúde

O chamado Setembro Dourado visa conscientizar a respeito do câncer infantojuvenil e chamar a atenção para que familiares, cuidadores, educadores e profissionais de saúde fiquem atentos aos sintomas nessa faixa etária. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos por câncer podem ser curados quando diagnosticados precocemente. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) alerta que, no público infantojuvenil, a doença possui características distintas em relação aos adultos. Em geral, o câncer costuma crescer de forma acelerada. Outro fato é que, na maior parte dos casos, não há relação com fatores ambientais e de estilo de vida, como ocorre com pessoas adultas.  

Dessa forma, os responsáveis pela criança e os profissionais de saúde devem atentar-se para queixas e desconfiar de sinais de anormalidade. Vômitos e dor de cabeça, manchas roxas, inchaços ou caroços pelo corpo, palidez repentina, dores nos ossos e alteração nos olhos (como inchaço e pupila branca) estão entre os pontos mais observados, embora cada câncer tenha um sintoma específico. “De maneira não intencional, os adultos próximos podem acabar minimizando queixas de dor, cansaço e alterações visuais, por exemplo, ou não notar sinais, como distúrbios de marcha, perda de peso e manchas roxas pelo corpo. Afinal, as crianças caem e os adolescentes praticam esportes, por isso eventualmente podem apresentar alguma manchinha”, afirma Dr. Neviçolino Pereira de Carvalho Filho, presidente da SOBOPE.  

“Nesse sentido, as pessoas no entorno devem ter uma escuta ativa e abrir espaço de diálogo para que os pequenos e os mais jovens digam como se sentem e exponham seus pontos. Ao notar que é preciso investigar melhor alguma queixa clínica, a família deve ficar à vontade para explicar a situação ao médico, com toda riqueza de detalhes”, explica o especialista em oncologia pediátrica.

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Diagnóstico e tratamento

A descoberta da doença não é fácil e tende a desestabilizar as pessoas envolvidas. Para o oncologista pediátrico, nesse momento, é importante que haja sensibilidade, honestidade e clareza entre médico, responsável e paciente: “É preciso fortalecer a confiança um no outro para as fases que virão”.  

O especialista destaca que um aspecto significativo quando se trata do câncer infantojuvenil é que a resposta à quimioterapia é maior e as chances de cura chegam até a 80%. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, mais perto desse índice o paciente vai estar. Para o presidente da SOBOPE, a jornada do paciente é impactada de forma positiva quando recebe um toque humanizado e atento à sua fase de desenvolvimento: “A realização de tarefas possíveis e o contato social devem ser estimulados. Afinal, a criança em tratamento é mais que um paciente, é um ser em formação”.  

Sobre a SOBOPE

Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais.