O pneumologista Dr. Flávio Arbex alerta para a importância de abandonar o cigarro para a prevenção do câncer
Redação Publicado em 17/08/2023, às 08h00
Estimativas atualizadas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam o câncer de pulmão como o terceiro mais comum no Brasil entre os homens (18.020 casos novos) e o quarto entre as mulheres (14.540 casos novos) – sem contar o câncer de pele não melanoma. Dessa forma, a campanha Agosto Branco tem como objetivo alertar sobre a importância da conscientização e prevenção da neoplasia.
Segundo o pneumologista Dr. Flávio Arbex, o principal fator de risco é o tabagismo, com cerca de 85% dos casos sendo relacionados ao fumo direto dos cigarros. “O restante dos pacientes são os chamados fumantes passivos, que são aqueles que convivem com pessoas fumantes, ou ainda indivíduos que nunca fumaram, mas possuem fatores genéticos ou uma maior exposição à poluição ambiental, determinados gases e metais pesados”.
O especialista informa que na maioria das vezes o câncer de pulmão não apresenta nenhum tipo de sintoma, sendo diagnosticado apenas em estágios avançados. “Já na fase mais grave, a doença pode provocar: tosse por mais de um mês, com presença de sangue ou com piora progressiva; dor torácica persistente; falta de ar e dificuldade para respirar; e perda de peso inexplicada e não intencional”.
As recomendações para o rastreamento do câncer de pulmão são para pessoas que atendam os seguintes critérios: idade entre 50 e 80 anos; ser fumante ou não ter fumado nos últimos 15 anos; ter um histórico de tabagismo com 20 maços ao ano; ter recebido aconselhamento para deixar de fumar; ter recebido informações sobre os possíveis benefícios e malefícios, bem como suas limitações; ter um local onde fazer o rastreamento e o tratamento do câncer de pulmão.
Diante desse cenário, Arbex alerta que a detecção precoce é imprescindível para ampliar as chances de um tratamento efetivo. “Ou seja, parar de fumar é fundamental, pois não reduz apenas as chances de câncer de pulmão, mas também de tumores de bexiga, boca, pâncreas, entre diversos outros tipos. Para quem ainda é ou já foi fumante, as consultas regulares com exames de rastreamento também podem ser medidas muito eficientes de prevenção”.
Outro ponto de atenção destacado pelo pneumologista é que os cigarros eletrônicos não devem ser utilizados como substitutos do tabaco tradicional, nem mesmo como intermédio para abandonar o ato de fumar. “Esses dispositivos causam uma dependência ainda maior de substâncias tóxicas, além de provocar, em curto prazo, graves danos respiratórios e cardiovasculares. Portanto, a recomendação para quem tiver dificuldade de largar o mal hábito é procurar atendimento médico para que o processo seja feito da maneira mais segura possível”.