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Julho Amarelo: a importância da conscientização contra as hepatites virais

O nefrologista Henrique Carrascossi explica como hepatites podem afetar a saúde dos rins

Redação Publicado em 15/07/2023, às 16h00

É recomendada realização de testes regulares, especialmente acima dos 45 anos
É recomendada realização de testes regulares, especialmente acima dos 45 anos

Instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019, a campanha “Julho Amarelo” tem como objetivo reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Segundo o nefrologista Henrique Carrascossi, esses graves problemas de saúde afetam diretamente o fígado, mas também podem causar alterações no funcionamento dos rins.

“Quando existe um comprometimento do fígado, como nos quadros de insuficiência hepática resultantes de hepatites virais não tratadas, os rins também podem ser afetados devido às alterações na circulação sanguínea. Situação que compromete o processo de filtração do sangue e pode até mesmo levar a outros quadros clínicos”, explica o especialista.

Dr. Henrique também alerta que problemas hepáticos podem acarretar uma condição chamada Síndrome Hepatorrenal (SHR). “Esse quadro clínico é considerado extremamente grave e provoca uma deterioração muito rápida das funções renais. Costuma aparecer em pacientes com cirrose ou portadores de insuficiência hepática fulminante”.

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No entanto, o nefrologista comenta que a doença nem sempre apresenta sintomas, mas quando aparecem, estes se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tonturas, enjoos, vômitos, dores abdominais, urina escura, fezes claras ou ainda na presença de pele e olhos amarelados. “As hepatites virais são causadas por vírus que são classificados pelas letras do alfabeto, em A, B, C, D e E”.

Já no que diz respeito às formas de transmissão, Carrascossi destaca: contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de água e saneamento básico; má higiene pessoal e referente aos alimentos; relações sexuais desprotegidas; contato com sangue contaminado, através do compartilhamento de objetivos perfurantes ou cortantes; e de mães para os filhos durante a gravidez.

“O contágio via transfusão de sangue ou hemoderivados já foi muito registrado no passado, contudo, atualmente é considerada uma forma rara de transmissão, em razão da melhoria das tecnologias de triagem dos doadores e dos sistemas de controle de qualidade. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C”, diz Dr. Henrique.

Diante desse cenário, o nefrologista indica que, ao aparecimento de quaisquer sintomas, os pacientes devem procurar atendimento médico especializado a fim de receber um diagnóstico adequado. “A realização de testes regulares, especialmente acima dos 45 anos, também é recomendada. Os exames podem ser feitos de forma gratuita, em qualquer posto de saúde”.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda tratamento para todos os tipos de hepatite, independentemente do grau de lesão do fígado, além de vacinas altamente eficazes contra as hepatites A, B e D.