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Implantes e a saúde da mulher

CEO de laboratório especializado em implantes hormonais estéreis explica a ligação direta entre implantes e a saúde da mulher

Manuela Coutinho* Publicado em 08/06/2023, às 08h00

Os implantes hormonais possuem diversas funcionalidades
Os implantes hormonais possuem diversas funcionalidades

Antes de iniciar este texto, deixo claro e ressalto que todo e qualquer procedimento médico, incluindo os hormonais, precisam ser orientados, prescritos e acompanhados por médicos em suas respectivas especialidades.

Dito isso, falo com propriedade sobre os implantes hormonais, dos quais o meu avô, o ginecologista Elsimar Coutinho, foi o precursor, e que são produzidos atualmente em meu laboratório.

Apesar de serem  retratados como uma novidade, não é de hoje que temos a utilização dos implantes hormonais no país. Aliás, meu avô atuou por mais de 40 anos desenvolvendo anticoncepcionais injetáveis, outros métodos contraceptivos, as pílulas para uso oral e vaginal, e os implantes hormonais subcutâneos.

Quando falamos de implantes de gestrinona, especificamente, estes são utilizados para tratar mulheres que sofrem de patologias estrogênio dependentes, como a endometriose,  que muitas vezes impedem que as mulheres tenham uma vida satisfatória.

Dados do Ministério da Saúde indicam que a endometriose acomete cerca de 8 milhões de mulheres no Brasil, o que representa que uma em cada 10 mulheres brasileiras sofre com os sintomas da doença. É também reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública que impacta na qualidade de vida das pacientes e afeta 180 milhões de mulheres em idade reprodutiva no mundo.

Outro exemplo de recomendação dos implantes é para mulheres que possuem miomas uterinos e tensão pré-menstrual. Um estudo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) aponta que cerca de 80% das mulheres em idade fértil apresentam essa condição, que pode ser sintomática ou não.

Na menopausa, os implantes hormonais são utilizados para repor os hormônios que deixam de ser produzidos, preservando a saúde e a qualidade de vida daquela mulher. Segundo a Sociedade Norte-Americana para Menopausa, até 2025, o número de mulheres na pós-menopausa em todo o mundo deve aumentar para 1,1 bilhão.

Já pararam para pensar que a menopausa chega, para boa parte das mulheres, quando elas estão no auge de suas carreiras? Assumindo cargos de liderança, pleiteando cadeiras em cargos mais altos? Um estudo realizado pela Elektra Health, uma startup de telemedicina para cuidados com a menopausa de Nova York, indica que 20% das mulheres que responderam aos questionamentos falaram que haviam saído ou estavam pensando em deixar o emprego por causa dos sintomas da menopausa. 18% desistiram de concorrer a promoções como consequência destes sintomas.

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Por isso, falar dos implantes não é falar sobre um produto, mas sim da saúde da mulher. O estado em que conseguimos conservar a mulher em seu pleno potencial em todas as fases da sua vida. Sem dores, sem sangramentos mensais, sem anemia, sem fogachos, sem fadiga, com disposição e com coração e ossos fortes.

No entanto, a população mundial tem, cada vez mais, buscado alternativas para manter a juventude e os padrões de beleza prefixados, difíceis de serem atingidos naturalmente. Essa busca confunde, muitas vezes, o que é bom para a saúde com o que é bom apenas para o ego.

Quando falamos em mulheres, estas buscas - até mesmo por “milagres” - se tornam ainda mais evidentes e preocupantes. Não à toa surgiram recentemente as polêmicas envolvendo os implantes hormonais, utilizando termos como “chip da beleza”, em referência a uma suposta ação emagrecedora e deixando de lado o verdadeiro propósito do implante de gestrinona, que é tratar patologias estrogênio dependentes.

A gestrinona é um esteróide sintético. Com propriedades androgênica, antiestrogênica, antiprogestogênica e antigonadotrófica, que age no sistema Hipotálamo-Hipófise diminuindo a liberação de FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), reduzindo a ação do estrogênio.  A gestrinona diminui o SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais), aumentando a biodisponibilidade da testosterona que produzimos e, como efeitos colaterais positivos, ocorrem a melhora da disposição física, aumento da libido, diminuição de gordura corporal e celulite, além de promover ganho de massa muscular. E como efeitos negativos, o aumento da oleosidade de pele e cabelo, acne, queda de cabelo e retenção de líquido.

A gestrinona pode ser utilizada por diferentes vias, como em cremes transdérmicos ou vaginais, strips odispersíveis, ou em implantes absorvíveis ou de silástico.

E qual é o melhor deles? O melhor é aquele que atende às necessidades de cada paciente.

Volto a dizer, falar de implantes não é falar de um produto, é falar sobre a saúde da mulher; não só da cura de alguma patologia, mas da saúde sob um olhar 360°, considerando as necessidades individuais de cada paciente.

*Manuela Coutinho é CEO e Founder das empresas MCLegacy Eduh, empresa de consultoria para médicos e profissionais de saúde, e do La Vie Legacy Labs, laboratório especializado em implantes hormonais estéreis, ambas fundadas na Bahia.