A dermatologista Dra. Natássia Pizani explica as causas da inflamação e alerta para os riscos quando não a psoríase não é tratada
Redação Publicado em 22/04/2024, às 06h00
Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mostram que mais de 125 milhões de pessoas apresentam sintomas e consequências da psoríase em todo o mundo. Segundo a dermatologista Dr. Natássia Pizani, essa condição dermatológica é caracterizada por placas vermelhas e escamosas que podem provocar desconforto físico e emocional, além de comprometer significativamente a qualidade de vida das pessoas.
“Complexa e multifatorial, a psoríase é influenciada por fatores genéticos, imunológicos e ambientais. O que acontece, em todos os casos, é que o sistema imunológico hiperativo desencadeia uma produção acelerada de células da pele, levando a formação das típicas placas avermelhadas ou escamosas. Além destes sintomas, algumas pessoas também podem apresentar coceira, sensação de queimação, dor e, em casos mais graves, articulações inchadas e doloridas”, diz Dra. Natássia.
No que diz respeito aos tratamentos disponíveis, a especialista explica que as intervenções podem variar de acordo com a gravidade dos sintomas e a extensão da doença em cada paciente. Entre as opções estão: medicamentos tópicos, aplicados diretamente na pele; fototerapia, que envolve exposição à luz ultravioleta; e medicamentos sistêmicos via oral ou injetável, que costumam ser prescritos para casos mais graves.
Imunobiológicos
Entre as opções mais recentes de tratamentos também estão os imunobiológicos, uma classe de medicamentos projetados para modular o sistema imunológico e reduzir a inflamação associada à psoríase. Esta intervenção é administrada por injeção subcutânea e costuma ser reservada para pacientes com quadros moderados ou graves, que não respondem a outras formas de tratamento.
“Outro ponto de atenção é que os imunobiológicos devem ser prescritos por dermatologistas especializados no tratamento da psoríase, portanto, o seu acesso pode variar de acordo com o sistema de saúde de cada estado ou país. O mais importante é sempre conversar abertamente com o médico responsável para entender as opções disponíveis e como conseguir acesso a elas”, explica Dra. Natássia.
Inflamação sistêmica: maior risco cardiovascular
Além dos sintomas cutâneos, a psoríase também pode desencadear uma inflamação sistêmica, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Segundo Dra. Natássia, alguns estudos têm demonstrado uma associação entre psoríase e maior incidência de hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia e doença arterial coronariana.
“A inflamação crônica pode contribuir para o desenvolvimento da aterosclerose, o que aumenta o risco de eventos cardiovasculares. Logo, é essencial que os pacientes sejam monitorados de perto e adotem medidas para reduzir os possíveis riscos, como dieta de alimentação saudável, exercícios físicos regulares e controle adequado da psoríase ou demais condições clínicas”, explica a especialista.
Assim, Dra. Natássia reforça que a psoríase é uma condição dermatológica complexa e que, portanto, requer uma abordagem multidisciplinar para que haja um gerenciamento adequado do problema. “Com o devido acompanhamento médico e acesso aos tratamentos mais eficazes, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.
Quem é Dra. Natássia Pizani?
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a Dra. Natássia Pizani possui Graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense, instituição em que também realizou a sua residência médica.