Émile Almeida, cirurgiã ginecológica e ginecologista, esclarece a relação entre e alerta sobre antibióticos e anticoncepcionais e o uso para as mulheres
Redação Publicado em 06/12/2024, às 06h00
A interação entre interações e anticoncepcionais hormonais ainda gera dúvidas entre muitas mulheres. A preocupação é focada, pois os anticoncepcionais orais são um dos métodos mais usados no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde. Mas será que o uso de antibióticos pode realmente reduzir sua eficácia?
Segundo a ginecologista e cirurgiã ginecológica Émile Almeida, existe interferência, mas é limitada a alguns tipos de especificidades. “A maioria dos antibióticos, como os usados para infecções comuns, não afeta o efeito do anticoncepcional. Porém, alguns medicamentos, como a rifampicina e a rifabutina, usados para tratar a tuberculose, podem comprometer a eficácia”, explica a especialista.
O mecanismo de interação está relacionado ao metabolismo do fígado. Algumas vitaminas aceleram a metabolização dos hormônios presentes nos anticoncepcionais, acelerando seus níveis no organismo e, consequentemente, sua eficácia. Entretanto, para a maioria dos medicamentos, isso não ocorre.
Ainda assim, a especialista recomenda cautela. “Se um paciente estiver usando antibióticos e anticoncepcionais ao mesmo tempo, especialmente por longos períodos, é indicado o uso de métodos adicionais, como preservativos, para garantir a proteção”, alerta a médica.
Outro ponto importante é que, em caso de sintomas como diarreia intensa ou vômitos devido ao uso de antibióticos, a eficácia do anticoncepcional pode ser diretamente comprometida. Nesses casos, o cuidado deve ser redobrado.
Para evitar riscos, a orientação é sempre consultar um ginecologista antes de iniciar qualquer tratamento com antibióticos.
“É fundamental que as mulheres informem ao médico sobre o uso de anticoncepcionais ao receberem uma receita de antibióticos. Com isso, é possível ajustar as recomendações e garantir a segurança contraceptiva”, ressalta Émile.