Geriatra especialista em cuidados paliativos explica como a combinação desses aspectos amplia a sensação de bem-estar
Redação Publicado em 10/05/2023, às 06h00
Recentemente, o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, criou um grupo médico assistencial focado em discussões que envolvam a combinação entre espiritualidade e medicina. De acordo com a geriatra especialista em cuidados paliativos Dra. Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex, um adequado entendimento sobre o conjunto desses fatores pode fornecer uma poderosa ferramenta de saúde, especialmente durante o envelhecimento.
Todo o processo de envelhecer envolve situações complexas que devem sempre ser acompanhadas pela medicina. Porém, os tratamentos podem ter consideráveis ganhos com o conforto proporcionado pela espiritualidade dos pacientes, que ativa sensações ligadas a prazer e bem-estar e que liberam hormônios como ocitocina e serotonina”, comenta Dra. Maria Carolyna.
A especialista também explica que a espiritualidade deve ser vista como parte intrínseca das pessoas, a fim de reforçar a prática de que os pacientes não devem ter suas situações individualizadas nem analisadas apenas pelas suas características físicas.
“Mais do que seus sintomas ou condições associadas, é preciso entender que as pessoas geralmente se comportam, envelhecem e adoecem de acordo com as suas crenças. Mesmo aqueles que não têm nenhuma fé ou religião, interagem com a natureza, com o clima, com as pessoas ao seu redor, e isso também pode auxiliar em uma análise e acompanhamento para que haja mais qualidade de vida durante a velhice”, diz a geriatra.
Arbex, no entanto, destaca que embora a espiritualidade seja importante e até mesmo corroborada por diversos artigos como eficiente ferramenta de auxílio durante o envelhecimento, ela sozinha não proporciona cura. “Ou seja, não se pode depositar todas suas esperanças na fé, no anseio de que apenas isso trará saúde. Também é preciso cuidado, com a medicina e o acompanhamento especializado sendo imprescindíveis durante essa fase da vida.”