Congelamento de óvulos antes do tratamento oncológico é a esperança de mulheres que sonham ter filhos na luta contra a doença
Redação Publicado em 03/11/2025, às 06h00

O diagnóstico de câncer em mulheres em idade reprodutiva pode levar à infertilidade devido aos efeitos colaterais de tratamentos como quimioterapia e radioterapia, mas a oncofertilidade oferece opções para preservar a fertilidade antes do tratamento.
A criopreservação de óvulos, uma técnica segura e eficaz, permite que mulheres congelen seus gametas antes de iniciar o tratamento oncológico, garantindo a possibilidade de gravidez futura após a cura.
A rapidez no congelamento de óvulos é crucial, idealmente realizado em até duas semanas, e clínicas especializadas oferecem suporte multidisciplinar para ajudar as pacientes a planejar seu futuro reprodutivo de forma humanizada.
O diagnóstico de câncer durante a idade reprodutiva traz consigo uma série de desafios, e um dos mais angustiantes para muitas mulheres é a possibilidade de infertilidade. Tratamentos como quimioterapia e radioterapia, essenciais para a cura da doença, podem impactar significativamente a capacidade de ter filhos no futuro. No entanto, avanços na medicina reprodutiva, especificamente na área de oncofertilidade, oferecem esperança e opções concretas para mulheres que desejam preservar o sonho da maternidade.
“A oncofertilidade é uma área que une a oncologia e a medicina reprodutiva com o objetivo de preservar a fertilidade de pacientes que passarão por tratamentos oncológicos”, explica o Dr. Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e diretor da Clínica Mãe, em São Paulo. “É fundamental que a paciente, ao receber o diagnóstico de câncer, seja informada sobre os riscos à sua fertilidade e as opções disponíveis para preservá-la. Essa conversa deve acontecer o mais rápido possível, antes mesmo do início do tratamento oncológico.”
Os tratamentos contra o câncer podem afetar a fertilidade de diversas maneiras. Cirurgias para a remoção de tumores em órgãos reprodutivos, como o útero e os ovários, podem impossibilitar a gravidez. A quimioterapia e a radioterapia, por sua vez, podem danificar os óvulos, levando à menopausa precoce e à infertilidade. A intensidade do dano depende do tipo de medicamento utilizado, da dose e da idade da paciente.
Diante desse cenário, a criopreservação de oócitos, popularmente conhecida como congelamento de óvulos, surge como a principal e mais eficaz alternativa. “O congelamento de óvulos é uma técnica segura e estabelecida, que permite à mulher preservar seus gametas antes de se submeter ao tratamento oncológico”, afirma o Dr. Massaguer. “Os óvulos são coletados e congelados por meio de uma técnica chamada vitrificação, que garante altas taxas de sobrevida após o descongelamento. Uma vez que a paciente esteja curada e liberada por seu oncologista, esses óvulos podem ser utilizados em um tratamento de fertilização in vitro para gerar uma gravidez.”
O tempo é um fator crucial na oncofertilidade. O ideal é que o congelamento de óvulos seja realizado em um curto espaço de tempo, geralmente em torno de duas semanas, para não atrasar o início do tratamento contra o câncer. Por isso, a agilidade no encaminhamento da paciente a um especialista em reprodução humana é essencial.
“A jornada do câncer já é suficientemente desafiadora. Oferecer à mulher a possibilidade de planejar seu futuro reprodutivo traz um alento e uma perspectiva de vida após a doença”, ressalta o Dr. Massaguer. “Na Clínica Mãe, temos uma equipe multidisciplinar preparada para acolher e orientar essas pacientes, oferecendo um tratamento humanizado e tecnologia de ponta para a preservação da fertilidade.”
Além do congelamento de óvulos, outras técnicas de preservação da fertilidade podem ser consideradas, a depender do caso, como o congelamento de tecido ovariano e o congelamento de embriões. "A escolha da melhor estratégia é individualizada e deve ser discutida entre a paciente, o oncologista e o especialista em reprodução humana", finaliza.
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