O neurocirurgião Dr. Eduardo Quaggio explica como o estimulador cerebral pode devolver humor e qualidade de vida aos pacientes com doença de parkinson
Redação Publicado em 11/04/2023, às 06h00
Celebrado anualmente em 11 de abril, o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson tem como objetivo alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, a fim aumentar a eficácia do tratamento e otimizar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com a doença . Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que pelo menos 1% da população mundial acima de 65 anos lida com o problema, sendo mais de 200 mil pessoas no Brasil.
De acordo com o neurocirurgião Dr. Eduardo Quaggio, por se tratar de uma condição que atinge partes do sistema nervoso responsáveis pelos movimentos, existem alguns sinais característicos facilmente identificáveis. “Os sintomas mais perceptíveis são as dificuldades dos movimentos , com lentidão de ações musculares e tremores nas extremidades das mãos. Também ocorrem distúrbios de fala, disfunção intestinal e alterações de humor e do sono”, explica o especialista.
Embora não exista cura , o neurocirurgião comenta que a partir de um diagnóstico precoce é possível administrar as medidas farmacológicas necessárias para controlar os sintomas da doença desde os estágios iniciais. Já nos quadros avançados, a implementação da técnica de estimulação cerebral profunda (conhecida como deep brain stimulation ou DBS em inglês) pode ser eficiente.
Trata-se de uma cirurgia que instala um ‘marca-passo’ cerebral para regular as funções motoras. Assim, os eletrodos implantados no cérebro usarão de eletricidade para alterar a atividade neuronal local a fim de atenuar os sintomas do Parkinson. O tratamento pode, inclusive, ser utilizado contra outros tipos de movimentos involuntários, dores crônicas e até mesmo doenças psiquiátricas”, diz o dr. Quaggio.
Contudo, o neurocirurgião alerta que embora a cirurgia e as medicações sirvam para reduzir os tremores e a rigidez causados pela doença de Parkinson, elas não impedem a progressão da doença, o que torna necessário um aumento da intensidade de estimulação e reavaliação dos remédios administrados ao longo do tempo. “Dessa forma, as intervenções têm como principal objetivo devolver o humor e a qualidade de vida pelo máximo de tempo possível ao paciente”.